PAULO AFONSO– Entre falas infantilizadas do tipo: “Sou fã de mulher”, “a mulher é quem arruma tudo e limpa”, “Já pensou o mundo sem mulher!”, ditas durante o café da manhã ofertado por vereadores da Câmara Municipal, a vereadora Evinha (Solidariedade), pediu para falar por último.
Não sei se ela previa os clichês, o fato é que, a emoção tomou-lhe a voz quando a vereadora lembrou que em 65 anos de emancipação política, ela foi apenas, a 10ª eleita. Então, nós mulheres temos consciência que o 8 de março é uma data operária. Que o clichê é nosso inimigo.
Não à toa, Eva lembrou que ocupa um espaço de poder. “Eu sei a importância que eu tenho na minha casa, na minha família e no meu trabalho [… Eva chora..] as mulheres aplaudem! Paulo Afonso tem 65 anos e só 10 mulheres tiveram o direito de entrar nessa Casa e sentar nessas cadeiras. Apenas 10!”, enfatiza a vereadora, lembrando também da colega Leda (PDT).
“Eu tenho orgulho de nesses 3 anos de mandato ter defendido os nossos direitos”, ainda com voz rouca a vereadora prossegue: “Se hoje nas escolas da rede municipal as crianças têm noção sobre a Lei Maria da Penha, foi um projeto nosso; durante a pandemia lutamos para que as mulheres tivessem direito a um acompanhante na hora do parto – os hospitais abriram as portas -, e assim, são muitas ações que eu não vou elencar hoje, digo isso para que vocês entendam a importância de ter uma mulher lhes representando. Não é porque os homens não queiram, é porque nós sabemos mais sobre as nossas coisas.”
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