A exploração do infortúnio e da desgraça dos outros é infelizmente uma característica comum entre os seres humanos, especialmente quando envolve autoridades políticas responsáveis por lidar diretamente com desastres que afligem comunidades durante enchentes de rios, rompimento de pontes e casas destruídas pelas fortes chuvas.
O que se observa nas redes sociais e na mídia são imagens e vídeos de figuras que se autodenominam heróicas, com um grau de hipocrisia capaz de provocar compaixão até mesmo no imperador romano Calígula.
Isso ocorre frequentemente em anos eleitorais, onde esses supostos defensores da população desejam ser vistos como salvadores. Eles fazem gestos de bondade para serem observados publicamente. No entanto, uma vez que a crise passa, esses falsos heróis desaparecem, deixando as vítimas desamparadas. A política, nesse contexto, torna-se um jogo, onde o sofrimento alheio é meramente uma peão no tabuleiro.
A importância dada ao eleitor por muitos políticos parece desaparecer assim que o voto é depositado na urna. Esse é um cenário alarmante, intensificado pela apatia política em resolver definitivamente o problema dos que são afetados pelas cheias. A relevância do eleitor precisa ser reconhecida não apenas durante as eleições, mas também em situações dramáticas como as alagações que acontecem em anos não eleitorais, quando os políticos desaparecem do cenário para voltar no ano eleitoral seguinte. Para alegria de políticos, teve alagação este ano.