Regional

Paulo Afonso (BA) - 13/02/2011

Ser Tão Teatro volta à Bahia e percorre mais quatro cidades do estado com novo espetáculo

Com informação de Carlina Bispo
Divulgação

Depois de circular com o espetáculo “Farsa da Boa Preguiça” em 2010 por 21 cidades de sete estados nordestinos (sendo três baianas: Cruz das Almas, Feira de Santana e Salvador), atingindo um público de mais de 17 mil pessoas, o Ser Tão Teatro empreende sua nova aventura: a realização da turnê de “Flor de Macambira” por dez cidades do leito do Rio São Francisco, além de Belo Horizonte e Rio de Janeiro, entre 11 de fevereiro e 3 de abril.
Ainda em 2010 o grupo retornou à Bahia com o espetáculo “Vereda da Salvação”, apresentado em Canudos e em Salvador. Desta vez o Ser Tão surpreende em sua mais nova turnê ao ingressar no interior do Nordeste, margeando o velho Chico. Na terra de todos os santos as cidades visitadas são Paulo Afonso (16/02), Juazeiro (20/02), Xique Xique (23/02) e Bom Jesus da Lapa (26/02).
Em Paulo Afonso, o grupo se apresenta na próxima quarta-feira (16/02), às 19h, na Praça das Mangueiras. A programação, toda gratuita, segue com a oficina “Construindo a cena com o Ser Tão”, nos dias 15 e 16/02 no Centro de Cultura Lindinalva Cabral.
Ao todo são dezoito pessoas da equipe técnica que percorrem, de ônibus, cerca de 5.860 km, levando teatro às praças públicas dessas e de outras cidades e estados do Brasil, como Penedo (AL), Propriá (SE), Petrolina (PE), Januaria (MG), São Francisco (MG) e Pirapora (MG).
Dirigido por Christina Streva, o espetáculo é baseado na obra “O Coronel de Macambira”, de Joaquim Cardozo, publicada em 1963, mas pouco encenada até hoje. A pesquisadora Rosyane Trotta e o Ser Tão Teatro assinam a dramaturgia da montagem. O patrocínio é da Chesf, através do Programa Eletrobras de Cultura 2010.

A Peça
“Flor de Macambira” é uma festa popular com música, comicidade, cor e teatralidade que conta a história da jovem Catirina, a mais bela flor da Fazenda Macambira, que sucumbe aos vícios e tentações mundanas e, para salvar-se a si e a seu amado, mergulha nas profundezas de sua alma. Tipos do cotidiano brasileiro como o coronel sanguinário, o padre mercantilista, o bicheiro corrupto, e o triunvirato do capitalismo: o economista ilusionista, o banqueiro especulador e o marqueteiro enganador vão sendo apresentados, quadro a quadro, no espetáculo. “Aparentemente simples, as historias populares ocultam poderosas pistas para o entendimento do ser humano”, diz a diretora, atualmente docente e coordenadora de Cultura da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
A montagem é uma leitura contemporânea da dramaturgia da década de 60 e, apesar não ignorar a dimensão política original da época, atualiza a narrativa personificando o drama na protagonista, que não existia no texto de Cardozo. “O autor de O Coronel de Macambira não poupou liberdade poética para enlaçar literatura erudita, crítica social e festa popular. Nós buscamos entrelaçar sua poesia com o Brasil de nosso tempo e a linguagem cênica que emana do jogo vivo dos atores”, diz Rosyane Trotta.
Com a bagagem de quase uma tonelada entre equipamentos, cenários, figurinos e adereços, que inclui uma monumental serpente manipulada por seis atores em cena, máscaras e pernas-de-pau, o espetáculo tem cenário e adereços assinados por Carlos Alberto Nunes, o figurino por Daniele Geammal,  e a caracterização de Mona Magalhães.  A trilha sonora original é de Beto Lemos, da Cia Carroça de Mamulengos, que assina a direção musical em conjunto com Zé Guilherme, músico da Orquestra Sinfônica da Paraíba. São dois músicos em cena que tocam rabeca, bandolim, escaleta e diversos instrumentos de percussão. Em cada cidade visitada, paralelamente às apresentações, será ministrada a oficina Construindo a Cena com o Ser Tão, para atores e não-atores que queiram vivenciar os princípios criativos do Grupo. A atividade é gratuita, a carga horária é de seis horas e a turma é aberta para até 20 pessoas.
“A ideia de uma turnê pelo Rio São Francisco surgiu nas andanças do grupo pelo interior do Brasil através da aproximação com um público que praticamente não tem acesso ao teatro. Daí, veio o desejo do Ser Tão de aprofundar-se na interiorização. E que lugar poderia ser melhor que o Velho Chico? O São Francisco é tão poderoso que entrou na nossa história na cena da redenção de Catirina”, conta Streva.  Depois da viagem pelo interior do Brasil, o grupo, que surgiu no projeto de extensão da diretora na Universidade Federal da Paraíba em 2007, se apresenta pela primeira vez em dois grandes centros, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. 


SOBRE O GRUPO
O Ser Tão Teatro é um grupo de pesquisa formado em 2007 na Cidade de João Pessoa a partir da reunião de alunos e profissionais das artes cênicas do Departamento de Teatro da Universidade Federal da Paraíba - UFPB.
O principal objetivo do grupo é a pesquisa contínua da linguagem teatral com a finalidade de construir uma cena tipicamente brasileira. O grupo vem se destacando no cenário regional com uma trajetória de sucesso e uma pesquisa especialmente voltada para as áreas da comicidade e do trabalho do ator, utilizando como matrizes para a construção da cena referenciais da cultura popular.
As investigações visam o resgate da memória da dramaturgia nacional adaptada e relida para a realidade atual; o teatro como palco para o debate de ideias através da abordagem de questões pertinentes ao contexto histórico, político e social; e a busca por uma interpretação que dialogue com as manifestações tipicamente populares.


APRESENTAÇÕES NA BAHIA:
16/02 –Paulo Afonso (BA)
20/02 – Juazeiro (BA)
23/02 – Xique – Xique (BA)
26/02 – Bom Jesus da Lapa (BA)


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