O final da década de 80 marcou mudanças significativas nas estruturas física e econômica da cidade de Paulo Afonso - Região Norte da Bahia - famosa por suas cachoeiras, lagos artificiais e incomparáveis paisagens naturais, responsáveis pela inclusão deste pedaço de terra baiano, localizado no Vale do Rio São Francisco, em roteiros obrigatórios de várias agências de viagens do país. A partir daí, o fluxo anual de visitantes cresceu significativamente em relação a épocas anteriores, de acordo com relatórios da Associação de Guias Turísticos (AGTURB). Como é comum em cidades que alcançam índices de crescimento acima do estimado, surgiram os chamados ”efeitos colaterais do crescimento”: aumento do número de moradores de rua, invasões habitacionais, violência urbana e doméstica, tráfico de drogas, prostituição... problemas considerados, até certo ponto, “normais”, mas que formam um leque de novos problemas, praticamente impossíveis de serem sanados pelos poderes públicos, apesar dos esforços.
A Secretaria Municipal de Serviços Públicos, em ações contínuas que envolvem seus departamentos subordinados, e com o apoio de outras Secretarias, como a de Infra Estrutura e a de Desenvolvimento Econômico, tem realizado mutirões de limpeza em vários bairros e lagos da cidade, visando melhorar o aspecto físico e ao mesmo tempo, evitar doenças transmitidas a través de picadas de insetos. Ainda assim, uma pequena parte da população insiste em não colaborar e o que ainda se vê, não somente na periferia, mas também em áreas consideradas nobres como: Avenida Apolônio Sales, BNH, Avenida Beira Rio, Loteamento Panorama, Clériston Andrade e Avenida Eraldo Rocha, próximo ao Parque de Exposições, são terrenos baldios ou grandes áreas muradas sendo utilizadas como depósitos de lixo e entulho, que inevitavelmente se transformam em criatórios de mosquitos transmissores de doenças, sem falar que nos horários noturnos viram pontos de prostituição e consumo de drogas.
Ouvidos recentemente pela nossa reportagem, depois de terem duas residências roubadas, uma delas em plena luz do dia, moradores do Loteamento Panorama, ironicamente a poucos metros de uma delegacia, disseram que os terrenos murados vizinhos das casas, cujos proprietários em sua maioria são empresários que residem no centro da cidade, são usados a qualquer hora do dia, para consumo de drogas e servem de acesso a outros imóveis, que se tornam alvos de furtos, o que obriga seus moradores a viverem em constante estado de alerta.
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