Um dos grandes problemas que há mais de quatro décadas aflige a população de Paulo Afonso (Norte da Bahia), é a ponte sobre o canal da hidrelétrica PA IV. Com o enchimento do lago, na década de 1980, a estrutura de concreto construída pela Chesf passou a ser a única via de entrada e saída da chamada "Ilha".
Nos últimos anos, os engarrafamentos e acidentes constantes são provas suficientes da necessidade de uma nova ponte. Mas, somente em ano de campanha política, o assunto ganha notoriedade, e no dia seguinte à eleição, é dado como arquivo morto.
No primeiro mandato de Rui Costa como governador da Bahia, o projeto da segunda ponte foi apresentado à Chesf, com o pedido de autorização para a obra. Porém, a solicitação esbarrou em imposições da empresa, que impossibilitaram a realização do sonho dos pauloafonsinos.
Agora, com a volta de Lula à Presidência da República, espera-se que haja uma nova negociação, afinal, o Governo Federal ainda é dono de 40% das ações da Eletrobras.
O assunto voltou à tona depois que o Governo do Estado anunciou a construção de uma gigantesca ponte entre Salvador e a Ilha de Iraparica. Segundo o governador Jerônimo Rodrigues, o valor do último orçamento da obra, estimado em R$ 9 bilhões, será corrigido, por conta do aumento dos preços de matérias-primas. A previsão é de que a primeira grande obra do novo governo comece ainda no primeiro semestre do ano. Enquanto isso, em Paulo Afonso, o caos decorrente da ponte mal planejada, se agrava cada vez mais.
Hoje, a população local passa de120 mil habitantes, e o fluxo diário de veículos e pedestres é superior ao de qualquer município do entorno. Paulo Afonso faz fronteiras com Alagoas, Pernambuco e Sergipe. Mas, apesar de ser privilegiada pela localização geográfica, e com um surpreendente crescimento populacional e comercial, o problema parece estar distante de uma solução.