Política

Paulo Afonso - Bahia - 17/03/2023

Com fim das negociações sobre federação, Mário Negromonte Júnior fica mais perto da presidência do PP na Bahia

Política Livre
Divulgação
Mário Negromonte Júnior
Mário Negromonte Júnior

Com as conversas encerradas sobre a criação de uma federação com o União Brasil, o PP da Bahia retoma as discussões sobre a mudança de comando no diretório estadual do partido, marcada para abril. Como já havia antecipado este Política Livre na segunda quinzena de dezembro de 2022 (clique aqui para ler), o deputado federal João Leão, atual presidente, aceitou deixar o cargo mediante um acordo que contemple os dois grupos internos da sigla: os que apoiam o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e aqueles que preferem seguir no grupo liderado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União).

A tendência é que sucessor de Leão, que está no comando da agremiação há nove anos, seja o deputado federal Mário Negromonte Júnior, nome que agrada as duas alas do PP baiano. Embora no terceiro mandato, trata-se de um político jovem e que simboliza a renovação, com bom trânsito tanto com a base de Jerônimo quanto com o grupo de ACM Neto e do prefeito Bruno Reis (União). Além disso, é filho de Mário Negromonte, que foi deputado federal e presidente da sigla na Bahia antes de Leão e até assumir uma cadeira como conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), em 2014, no segundo governo de Jaques Wagner (PT).

O outro candidato ao comando da legenda é o ex-deputado federal Ronaldo Carletto, que foi suplente do secretário de Governo da Prefeitura de Salvador, o pepista Cacá Leão, filho do atual presidente do partido, nas eleições para o Senado em 2022. Embora tenha bom trânsito com as principais lideranças da sigla, Carletto, pai do deputado federal Neto Carletto (PP), é visto como muito próximo ao PT, o que pesaria contra na disputa com Negromonte, pois a ideia é que tudo seja resolvido de forma consensual e sem disputa interna, como tem sido nas decisões partidárias do PP no estado.

Segundo apurou este Política Livre, João Leão tem maioria no diretório estadual, que faz a escolha do novo presidente. Entretanto, aliado de ACM Neto, assim como Cacá, ele é minoria entre os políticos com mandato na legenda, que cobram a retomada da aliança com o PT na Bahia, posição que prevalece também entre os deputados federais e prefeitos da sigla. Por isso, a permanência no comando do PP foi inviabilizada.

O site já revelou que o acordo para acomodar as duas alas pepistas envolve entregar o comando do PP em Salvador a Cacá Leão – o partido tem seis vereadores na capital, todos filiados antes das eleições de 2022 – e, no âmbito estadual, se reaproximar do PT, o que será tarefa de Negromonte ou Carletto. A operação garantiria o apoio do PP à reeleição de Bruno Reis, enquanto a posição dos demais municípios seria analisada caso a caso. Além disso, permitiria que o partido ocupe mais espaço no governo do estado e até assento oficial no conselho político de Jerônimo.

Se ocorresse a federação, PP e União Brasil seriam obrigados a atuar como um único partido nacionalmente e regionalmente, inclusive nas eleições. O comando na Bahia ficaria sob a batuta de ACM Neto, o que não interessava aos pepistas governistas. Já havia rumores de que os seis deputados estaduais do PP poderiam até deixar a legenda. A insatisfação não era externada publicamente porque, no final das contas, as duas siglas se aliaram em 2022 e disputaram juntas as eleições na Bahia.


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