Enquanto deputados federais e estaduais tomavam posse nos templos sagrados da democracia, mulheres, crianças e idosos famintos e doentes pediam esmolas, nas ruas, nos bancos nos semáforos, dezenas de pessoas em situação de rua se drogavam perambulando no centro da “Cidade do Bem e do Avanço(sic)”.
No mesmo instante das solenidades, cheias de alegrias e glamour pelo coroamento da democracia, a delegacia no BTN, no presídio regional, no pronto socorro do HNAS e os postos de saúde, estavam tão movimentados quanto os parlamentos.
Ao mesmo tempo em que muitos comemoravam e festejavam nas chamadas Casas do povo, faltava ônibus para transportar os moradores dos bairros, nas Upas e no pronto socorro, pessoas angustiadas e aflitas procuravam atendimento e medicamentos para suas doenças.
No exato instante, no bairro Seriema, um tiroteio, envolvendo quatro elementos, relembrou um dos famosos filmes de faroeste estrelado por Giuliano Gemma.
No momento dos juramentos sagrados dos eleitos, um senhor com a voz rouca, pregava a palavra de Deus na praça do acarajé, no centro da cidade, chamando os pecadores ao arrependimento.