As eleições de 2022 entraram para a história do Brasil como sendo a mais polarizada de todos os tempos. Nunca se viu eleitores tão fanáticos por seus candidatos. A Justiça Eleitoral teve um papel importante para combater a desinformação e as Fake News (falsas notícias). Houve adesão dos sites de notícias, redes sociais e empresas da internet. Esse trabalho vem ocorrendo desde 2019, após a eleição de Bolsonaro e o resultado foi muito positivo.
O que assusta nas ações para fiscalizar as eleições é o protagonismo que se quer dar a um órgão do Estado que não tem essa atribuição. Refiro-me às Forças Armadas. Instituição que goza de prestígio e credibilidade na sociedade, mas a sua missão constitucional é a garantia dos poderes e da lei e da ordem, jamais cuidar do processo eleitoral. Contudo, como democrata e defensor da transparência, esse é um papel de todos, respeitando obviamente as competências constitucionais.
Os eleitores que hoje tiveram seu candidato derrotado, diferente da postura de seus opositores em 2018, não respeitaram o resultado das urnas. Criou-se uma narrativa para descredibilizar o sistema eletrônico de votação, mas sem sucesso, pois inúmeros testes com estudiosos de conceituadas Universidades Federais do país, em tecnologia e informática, além de técnicos das próprias Forças Armadas, comprovaram a lisura do processo eletrônico de votação, ratificadas inclusive pelo Ministério Público, pela OAB e pela Polícia Federal.
Os protestos radicais, irresponsáveis e criminosos tinham o objetivo de anular o resultado das eleições. Os manifestantes, patrocinados por extremistas de direita com o dom de iludir, queriam insuflar as Forças Armadas a fazer uma absurda intervenção, sem que houvesse amparo constitucional para isso. No final, prevaleceu a seriedade e prudência das Forças Armadas, que se mantiveram nos quartéis desenvolvendo o seu papel, pois como diria Caetano Veloso, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.
A pá de cal nesse sonho golpista de muitos foi o relatório das Forças Armadas sob a regularidade das eleições. Resultado previsível, porém inimaginável para alguns fanáticos. Repito, a Justiça Eleitoral e maioria dos brasileiros não estavam adstritos a esse relatório das Forças Armadas, pois elas padecem de competência para interferir no resultado do pleito e não tinham elementos para isso. Viva a democracia!