A eleição geral de 2022 foi a mais polarizada de todos os tempos. Analisando o resultado do 1º turno a disputa ficou assim: Luís Inácio(Lula)-PT com 57.259.504 votos (48,43%) e Jair Bolsonaro-PL com 51.072.345 votos (43,20%), uma diferença de 5%. Já no segundo turno os candidatos tiveram que disputar aproximadamente 10 milhões de votos de outros candidatos e tentar convencer outros 32 milhões a irem as urnas, as abstenções, mesmo número aproximado do 2º turno.
O segundo turno trouxe um resultado que surpreendeu muita gente. Não pela vitória de Lula com 60.345.999 votos (50,90%), mas eu diria pela quantidade de votos obtido por Bolsonaro, 58.206.354 votos (49,10%). Mesmo tendo sido o único candidato à reeleição, após a redemocratização do país, que não se reelegeu, Bolsonaro conquistou mais votos que seu adversário, ao todo 7 milhões de votos, contra pouco mais de 3 milhões cooptados por Lula. Isso diz muito!
Essa migração de votos reflete o antipetismo ainda latente entre os eleitores e também a mudança de votos nas cidades que tem a maior densidade eleitoral, como nos Estados de MG, segundo maior colégio eleitoral do país e nas cidades de SP e RJ, que deram a vitória a Lula, diferente de 2018. Na região nordeste o PT manteve a superioridade. Nas urnas Bolsonaro liderou em 14 estados e Lula em 13, mas devido a densidade eleitoral de alguns estados, Lula ficou à frente.
Bolsonaro apesar de não aceitar a derrota, sob os mais variados argumentos (supressão de propagandas em rádios, vulnerabilidade das urnas, ativismo judicial, etc.), não trouxe até agora as necessárias provas, característica do bolsonarismo, porém não passa de inconformismo, sem o condão de modificar qualquer resultado de uma eleição legítima, democrática e sem fraudes. Lula agora tem um país para pacificar e vai enfrentar uma oposição no parlamento, que até o momento é maioria. Não vai ser uma tarefa fácil.
O bolsonarismo e antipetismo sobrevivem e saiu mais forte que em 2018, apenas não venceu. Serão 04 anos de intensos embates, iniciados com as malfadadas manifestações contestando o resultado, sem provas e com arroubos golpistas, empregando palavras de ordem por intervenção militar sem o fundamento legal. As quais não passam de tentativas frustradas de instigar as Forças Armadas que se mantem serenas e conscientes de seu papel. Bolsonaro sangra e estar sozinho. A partir de janeiro perde o foro privilegiado e pode perder os direitos políticos se for condenado nos processos que tramitam no STF.