A população carcerária em Paulo Afonso, atualmente é composta por cerca de 500 presos,, destes 155 provisórios – ou seja, detentos que não foram condenados pela Justiça. Embora a Constituição lhes assegure o direito ao voto, eles não irão votar este ano.
A consulta prévia foi sugerida pelo juiz eleitoral Dr.Claudio Pantoja, todavia os presos optaram por não votar. Para que tivesse uma urna no interior do presídio seria necessário que no mínimo 20 presos exterminassem o desejo de votar, segundo o diretor do conjunto penal de Paulo Afonso, José Givanildo, numa entrevista concedida ao repórter AC Zuca, da rádio Cultura de Paulo Afonso.
Historicamente, o voto dos poucos presos provisórios que conseguem se manifestar nas urnas também obedece a uma lógica própria. Não é possível afirmar que o voto nas penitenciárias seja sobretudo ideológico. O que ele parece expressar, na maioria dos casos observados, é um desejo de fazer oposição aos governos da situação, que administram as prisões e que os presos parecem entender como os responsáveis pelas condições em que vivem.
A votação em presídios nunca teve vez no país. Antes de 2010, o voto dos presos provisórios, embora garantido pela Constituição, recebia pouca ou nenhuma atenção das autoridades eleitorais. Havia apenas iniciativas pontuais conduzidas pelos TREs de cada estado, para criar seções eleitorais dentro das prisões.