Regional

Paulo Afonso (BA) - 20/11/2010

S O S Glória - População diz que a cidade está abandonada

Da Agência de Notícias de Paulo Afonso (ANPA) – Por Anderson de Souza
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Relocado na década de 70, por ocasião do enchimento do lago da Usina hidrelétrica de Moxotó (hoje Apolônio Sales), o pequeno município da região Norte da Bahia (15 km de Paulo Afonso), segundo alguns de seus moradores mais antigos, durante mais de três décadas, desde sua transferência geográfica, nunca recebeu a devida atenção de seus dez sucessivos governantes, nem tampouco dos representantes políticos que quando sobem aos palanques eleitoreiros e recebem um microfone se enchem de orgulho, e a depender da quantidade de ouvintes, em certas ocasiões até deixam escorrer algumas gotas de lágrimas fabricadas, ao declararem sob aplausos e gritos de "já ganhou", a satisfação de serem filhos legítimos da região e representantes do calejado povo sertanejo, que segundo Euclides da Cunha é "acima de tudo um forte".

Em uma visita casual à pacata cidade de pouco mais de 20 mil habitantes e que tem como padroeiro Santo Antônio - o protetor dos encalhados - o que a nossa reportagem constatou ao passar por algumas ruas do centro, foi que o tão esperado canteiro de obras que mudaria a cara da cidade, propagado desde o início de 2009, até o momento não foi erguido, o que não significa que não será, afinal ainda falta um ano e meio para a campanha municipal de 2012, disputa que promete ser uma das mais acirradas dos últimos tempos. Durante a visita conhecemos a Escola Municipal Castro Alves, localizada na Rua Santa Luzia, onde um grupo de adolescentes jogava bola na quadra de esportes, segundo moradores, construída pela Chesf em 1975, parcialmente destruída pela ação do tempo, com alambrados sustentados por gigantescas pedras, colocadas pelos próprios usuários para evitar que as barras de aço enferrujadas caiam sobre eles, causando acidentes com seqüelas irreparáveis. O Senhor Erival Marinho - morador de Glória desde 1974 - lamenta a situação em que se encontra a cidade e diz que além do risco de acidente em razão do péssimo estado da quadra, que nunca passou por uma reforma desde que foi construída, à noite as famílias não podem ficar em frente às suas residências porque correm o risco de serem atingidas pelas bolas que escapam pelos inúmeros buracos da grade de proteção. Além disso, segundo Seu Erival, que também se queixou do atendimento da Secretaria de Saúde, dos PSF's, e da falta de infra estrutura nas ruas, jovens desocupados que ficam na quadra, principalmente nos horários noturnos, perturbam o sossego da vizinhança fazendo barulho e falando palavrões. -"Na campanha, a Prefeita prometeu levantar a cidade, que segundo ela estava acabada, ia construir a Praça da Juventude, calçar as ruas, mas até agora a única coisa que fizeram foi colocar uma borra de asfalto da entrada até a beira do rio. Nós estamos no mato sem cachorro. Qual é o futuro de Glória? Nenhum", pergunta e responde ao mesmo tempo, Seu Erival.


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