O deputado federal e candidato à reeleição Zé Neto (PT) disse que ficou muito “difícil” ter apoio de prefeitos com o “orçamento secreto”, que tem beneficiado os parlamentares do Centrão.
“Com o orçamento secreto, é quase impossível alguém governar. O orçamento secreto tira recursos dos municípios, e alguns prefeitos ainda não perceberam que estão dando com uma mão e tirando com a outra. Ficou difícil ter o apoio de algum prefeito. É mais complicado. A gente ainda tem acesso, diálogo, mas a turma do Centrão chega oferecendo tudo. Só que eles (os prefeitos) esquecem é que esse dinheiro é retirado do orçamento dos municípios. Fazem a festa com o chapéu das prefeituras”, disse Zé Neto à Tribuna.
Em recente visita a Salvador, o pré-candidato a deputado federal por São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), também criticou o chamado “orçamento secreto”. Para ele, se a medida "não acabar", nem "papa Francisco resolve" os problemas do Brasil. "E não basta eleger o Lula. Não vai resolver todos os nossos problemas no dia 2 de outubro. Nós vamos precisar também eleger um Congresso Nacional", declarou. "Pode (eleger para a Presidência) o papa Francisco não vai resolver, se não conseguir acabar com essa sacanagem do orçamento secreto, e retomar a chave do cofre para o Executivo", acrescentou.
Integrante do Centrão, o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) defende a medida. Segundo ele, não há nada de ilegal, e serve para dar "independência" ao Congresso Nacional. "Esse orçamento não é secreto. Como é secreto se está publicado no Diário Oficial? Corresponde a 0.03% do orçamento total da União. Será que o Congresso não tem direito de opinar sobre os investimentos em 0.03% do orçamento total da União?", questionou Elmar, em entrevista à rádio Metrópole. "(Dizer que é orçamento secretário) é um absurdo que se comete. Injustiça contra o Parlamento brasileiro", emendou.