Componente indispensável na hora de fazer a alimentação, o preço do óleo de cozinha não para de aumentar nos mercados de Salvador. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o produto teve uma variação de 15,89% no mês março na capital baiana. Com isso, em alguns locais, o preço da garrafa de 900ml chega a custar quase R$ 20.
“O que explica essa escalada de preço é o movimento do comércio exterior. O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de soja do mundo. Basicamente o que acontece é que o preço da soja está em alta no mercado de commodities e isso tem feito os produtores brasileiros exportarem esse produto. Claramente temos um problema de oferta e demanda. A demanda dele está sendo muito alta e a oferta aqui no Brasil está baixa”, explicou a supervisora técnica da Dieese, Ana Georgina.
Segundo ainda o relatório do Dieese, o óleo de soja registrou aumento em todas as capitais do Brasil, entre fevereiro e março. Os aumentos no mercado externo e no varejo podem ser explicados pelo alto preço do petróleo, que torna vantajosa a produção de biocombustíveis. Além disso, houve aumento da demanda externa por óleo de soja, pela redução da produção de óleo de girassol na Ucrânia e de óleo de palma na Indonésia.
Levantamento feito pela Tribuna da Bahia em alguns estabelecimentos mostra que o óleo mais em conta para o consumidor é o óleo de soja Liza. O produto pode ser encontrado entre R$ 10 e R$ 12. Na Rede Mix, por exemplo, o produto está ao custo de R$ 10,98. “O óleo de soja teve o 5º maior aumento entre todos os produtos e serviços pesquisados para calcular o índice de inflação. Neste primeiro trimestre a variação foi de 18,59% e 33,87% no acumulado em 12 meses encerrados em março”, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Impacto
Com o aumento do preço do óleo de cozinha, os alimentos que dependem do óleo vegetal quente na panela para fazer a fritura estão mais caros. Pastel, coxinha e churros são alguns destes alimentos. No entanto, teve também quem trocasse o óleo tradicional pela gordura vegetal. Criado a pouco mais de oito meses, o Tcharris Pizza, no Rio Vermelho, é um exemplo de quem nem toda fritura precisa ser frita no óleo. Conforme o proprietário da pizzaria, Victor Tachard, ele utiliza a gordura vegetal na produção da pizza frita.
“A gente trabalha com gordura vegetal. É melhor e mais em conta. Recentemente encontramos um fornecedor vendendo a um preço muito bom e para nós é bem melhor. Podemos dizer que não sofremos nenhum impacto com o aumento do óleo tradicional”, contou. Nascida em Nápoles, na Itália, em meados de 1940, a pizza frita é uma exclusividade da Tacharris Pizza em Salvador.