Em Paulo Afonso é dificílima a ascensão política de vereadores. A grande maioria fica pelo caminho. Há quem diga que o título de vereador parece uma nódoa, que mancha em vez de homenagear. Aqui, somente dois vereadores chegaram ao cargo de prefeito. José Ivaldo de Brito Ferreira e Raimundo Caires Rocha. Nenhum chegou a deputado. Ainda assim quase todos que se elegem para a Câmara alimentam sonhos, com a certeza de que a vereança é apenas uma passagem, uma porta de entrada para o cobiçado mundo da política. Há vereador que fala abertamente que vai ser prefeito, deputado, sempre com muito ânimo, o que é bom para a cidade, pois se põe a trabalhar com mais vigor e dedicação.
Densidade eleitoral / A oposição local não se expõe totalmente. Tem nomes, mas nem tantos grupos. Assim, os vereadores de oposição ficam livres para assumir posições isoladas, pessoais, declarando-se candidatos a prefeito, deputado etc. No entanto, parecem não se preocupar em conquistar a indispensável densidade eleitoral para quem almeja cargos majoritários.
Via oposição / Tentam firmar liderança pela via de acirrada oposição, buscando parecerem firmes, determinados, mas acabam confundindo oposição ao Governo com oposição à população ou a segmentos da comunidade. Contraria um segmento hoje, uma corporação amanhã, somando desagrados a uns e outros. Ao final, somando, acabarão rejeitados por todos, inviabilizando seus nomes para disputas maiores, ficando confinados nos seus poucos votos de vereador, até encerrar suas carreiras, com grave risco de antecipar o triste fim.
Contra / Fazer oposição a questões e interesses internos do Governo pode alinhar o vereador com a população. Mas se opor a questão de interesse específico de segmentos da comunidade, que não são próprios ou originariamente do Governo, não é promissor para quem pretende apoio eleitoral para chegar à Prefeitura.
Pasmem! / Certo vereador as vezes esquece que é um parlamentar e deixa de cobrar ações que são de responsabilidade do governo estado,como a UTI, por exemplo. O que passa pela cabeça do vereador? Quer que as pessoas morram por falta de tratamento adequado, quando necessário UTI, só porque ele é contra o Prefeito? Ainda quer ser prefeito.
Competência / Para fazer posição é preciso ter competência e pelo menos alguma razão ou motivo plausível. Não tendo é melhor se recolher e esperar. Em política tem espaço para todos, mas é preciso ter um mínimo de competência.
Entre na fila / É preciso ainda ter identidade própria, para não servir a outrem, sendo usado sem saber. O vereador pensa em combater o grupo que está no Governo, beneficiando o deputado federal Mário Negromonte que seguramente não o acolhe como a seus correligionários mais antigos. Terá que entrar na fila. Acabará ficando sozinho, vendo a caravana passar.