Os números relativos ao novo coronaviros felizmente permanecem inalterados em Paulo Afonso. Mesmo depois da abertura do comércio semana passada, por ocasião do Dia das Mães, o número de infectados com o novo coronavírus não foram alterados. Do início da pandemia até os dias atuais foram confirmados 8 casos. Quantos infectados assintomáticos estão circulando pela cidade? Isso só as sofisticadas projeções científicas podem responder.
O prefeito Luiz de Deus vem acompanhando a sensata posição de boa parte dos governantes brasileiros, sintonizados com as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas, por parte dos empresariado, percebe-se que a pressão pela reabertura é imensa.
As pressões, inclusive, seguem. Há bares e restaurantes querendo reabrir. Academias e igrejas evangélicas – excelentes espaços para aglomeração e potencial disseminação do Covid-19 – também pressionam. No Legislativo municipal, alguns vereadores, ostentando máscaras, já fizeram discurso defendendo a flexibilização.
O prefeito não descarta a possibilidade de determinar, mais uma vez, o fechamento do comércio em sua totalidade. É bom lembrar que o pior da pandemia ainda não chegou à Paulo Afonso. A expectativa é de unidades de saúde superlotadas, pacientes necessitando de cuidados intensivos e, provavelmente, mortes. Reabrir geral – como anseiam os insensatos – vai apenas tornar tudo muito pior.
Já mencionamos que no momento mais agudo – quando ocorrer a saturação da capacidade de atendimento – todos se afastarão: comerciantes, líderes empresariais, vereadores – da base aliada ou não –, gente da imprensa, ninguém compartilhará o ônus com Luiz de Deus. A cobrança, inclusive, virá às vésperas das eleições. Pré-candidato à reeleição, pode ser irreparavelmente alvejado em suas pretensões.
A recessão é inevitável e incontornável, ao contrário do que fantasia Jair Bolsonaro, o “mito”. Mas pode, inclusive, ser aprofundada com o abre-e-fecha do comércio. A clientela só vai voltar às ruas – e às compras – quando a epidemia estiver sob controle por aqui. Com suas ostensivas limitações cognitivas, os que advogam o contrário não entendem e teimam em defender o “libera geral”.