Quem costuma abastecer com álcool e viaja pela Bahia sente a diferença. É grande a variação no preço do produto nos postos de combustíveis baianos. Segundo dados levantados na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a diferença no preço do álcool nas bombas chega a 37,7% na Bahia.
O combustível mais barato é vendido em Vitória da Conquista, onde o álcool chega a ser vendido por R$ 1,39. Já os consumidores de Juazeiro penam com os preços mais altos da Bahia: lá, um litro do combustível chega a ser vendido por R$ 2,24. Em Salvador, principal praça em termos de volume de vendas, a média de preço fica em R$ 1,87.
Os especialistas apontam o custo com o transporte do combustível como o principal fator que determina as variações no preço do produto. Como a Bahia produz por ano 156 milhões de litros de álcool, o que representa apenas 28% da demanda de 540 milhões de litros dos motoristas baianos, a maioria do combustível tem de ser importada, ampliando os gastos logísticos.
"Ainda estamos muito aquém da nossa necessidade, mas temos avançado em termos de área plantada", explica o superintendente de agronegócio da Secretaria da Agricultura do Estado, Jairo Vaz.
Segundo dados da União da Cultura Industrial de Cana-de-Açúcar (Unica), as áreas de produção de álcool no Brasil estão concentradas nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, com destaque para este último, que produz 63% do etanol consumido no País. Por conta disso, o preço do combustível tende a ser mais barato nos municípios mais próximos da região sudeste, como Vitória da Conquista.
Concorrência - Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado da Bahia (Sindicombustíveis), José Augusto, a concorrência entre os postos acaba interferindo no preço final.
Em municípios em que o consumo de álcool é maior, a disputa entre os postos tende a se acirrar. "Em Conquista, existe uma briga de mercado que puxa o preço para baixo, beneficiando o consumidor. Mas, infelizmente, este cenário não espelha a realidade do mercado baiano", explica Augusto.