O governador de Sergipe, Marcelo Déda, recebeu a informação da Polícia Civil de que o atentado contra o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, desembargador Luiz Antônio Araújo Mendonça, pode ter sido cometido a mando de Floro Calheiros, acusado de envolvimento em assassinatos de adversários políticos e comerciais.
Calheiros foi detido duas vezes, mas está foragido há dois anos. Antes de fugir, ele teria jurado Mendonça e um deputado estadual de morte. Ex-promotor de Justiça, Mendonça foi secretário de Segurança por duas vezes durante a administração do ex-governador João Alves (DEM).
Os bandidos fizeram cerca de 30 disparos contra o carro presidente do TRE, Luiz Mendonça, que foi atingido por estilhaços no pescoço. Ele foi levado para um hospital particular e está fora de perigo. A situação mais delicada é do motorista Jailton Pereira, um policial militar. Ele foi atingido na cabeça e foi submetido a uma cirurgia. O estado de saúde dele é gravíssimo.
A polícia Rodoviária Federal montou barreiras nas principais pistas de acesso a Sergipe. O carro usado pelos criminosos seria um Honda Civic, com placa de Alagoas, que teria sido incendiado logo após o crime.
Suspeito teria lista de autoridades marcadas para morrer
Desde o segundo semestre do ano passado, a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe apura a informação de que Floro teria uma lista de autoridades sergipanas, que estariam marcadas para morrer. Na suposta lista, estariam os nomes de Luiz Mendonça e do suplente de deputado estadual Gilmar Carvalho (PR).
Polícia já tem suspeito de atentado contra presidente do TRE em Sergipe, diz governador
O governador de Sergipe, Marcelo Déda, afirmou nesta quarta-feira (18) que o atentado contra o presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Estado, Luiz Mendonça, tem chance "remotíssima" de ter vinculação eleitoral, e disse que a polícia já trabalha com a hipótese de um principal suspeito.
O nome apontado por Déda é Floro Calheiros. Pela descrição do governador, o suspeito atuava no norte de Sergipe na década de 90, com agiotagem e envolvimento em crimes políticos. Ele é acusado de roubar urnas de eleições municipais e de ter liderado ou ordenado alguns crimes na região.
Floro Calheiros foi preso quando o atual presidente do TER-SE era secretário de segurança. Calheiros fugiu e foi recapturado, mas tornou a escapar da prisão. Ele está foragido há dois anos e há a informação, segundo o governador, de que ele teria ameaçado o desembargador Mendonça.
O governador falou a jornalistas após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem relatou as providências a serem feitas para identificar os "pistoleiros" responsáveis pelo atentado.