PAULO AFONSO – A delegada Juliana Fontes, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, concedeu entrevista coletiva nesta tarde, sobre o feminicídio ocorrido, ontem, por volta das 13 horas, no bairro Barroca, que vitimou Jane Neves, assessora parlamentar da vereadora Irmã Leda.
A delegada compareceu ao velório, na Câmara Municipal, e falou com a imprensa sobre o caso que tomou a população de horror.
Jane foi esfaqueada pelo filho, Rafael, de 22 anos. Esquizofrênico e dependente químico, o autor foi preso em flagrante pela polícia, ainda no quarto onde tirou a vida da mãe.
“Jane foi à igreja e deu testemunho dizendo que o filho estava longe das drogas em recuperação”, conta a delegada, em seguida, ela descreve a cena macabra: “Ela estava ameaçada… Ligou para o 190, e a filha perguntou se poderia ir para a escola?; ela então respondeu: ‘vá minha filha, vá para o colégio que eu ficarei trancada’ ela se trancou e esperou a guarnição da polícia chegar, nesse momento o filho chegou, arrombou o quarto e esfaqueou a mãe. ”
“Foi feminicídio”
“Se o crime foi cometido num quadro de violência doméstica e/ou quando há descriminação de mulher, é feminicídio, tanto é que no Brasil o maior número de feminicídio estão dentro no âmbito da violência doméstica: ex-namorados, maridos que matam as suas companheiras. ”
“O autor mentiu”
De acordo com a delegada, o autor mentiu quando afirmou que era desprezado pela mãe. “Todas as pessoas que ouvimos asseguraram que ela cuidava muito bem dele, agora será transferido para o Hospital de Custódia em Salvador e lá passará por exames para atestar se ele realmente é esquizofrênico, após o resultado ele ou cumprirá a pena no presídio ou no hospital de Custódia.”