uase 9 milhões de cotistas ainda não sacaram os recursos do Fundo PIS-Pasep, no total de R$ 18,12 bilhões. Em janeiro, a medida provisória (MP) 813/2017 liberou a retirada do dinheiro para os beneficiários com idade a partir de 60 anos.
Segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o total disponível é de R$ 23,03 bilhões para 12,35 milhões de pessoas, ou seja, foram sacados 21,3% do total (R$ 4,91 bilhões) por 28,2% do total de beneficiários (3,49 milhões de pessoas).
O Senado aprovou uma medida provisória no dia 28 de maio que libera os saques do Fundo PIS-Pasep para todos os cotistas, sem restrição de idade. O presidente Michel Temer tem até o dia 19 deste mês para sancionar a nova MP, segundo a Casa Civil.
De acordo com o governo, a retirada do dinheiro pelos cotistas de todas idades será permitida até 29 de junho de 2018, mas a medida provisória também permite reabrir o período de saques até 28 de setembro.
O Ministério do Planejamento informou que haverá um cronograma para os saques, mas não há definição em relação às datas, pois ainda não ocorreu a sanção da MP pela Presidência da República.
Em caso de o presidente Temer sancionar a medida provisória que permite o saque para todas as idades, serão adicionadas 16,4 milhões de pessoas com direito ao benefício, no total de R$ 16,49 bilhões, segundo levantamento do Ministério do Planejamento.
Assim, o total de beneficiados será de 28,75 milhões de pessoas com direito ao saque do Fundo PIS-Pasep, somando R$ 39,52 bilhões. Como 3,49 milhões de beneficiários já sacaram R$ 4,91 bilhões, restarão 25,26 milhões de pessoas para sacar o total de R$ 34,61 bilhões.
Tem direito aos recursos do fundo de cotistas o trabalhador do setor público ou privado que tenha contribuído para o PIS ou Pasep até 4 de outubro de 1988 e que não tenha feito o resgate total do saldo.
A Caixa Econômica Federal é responsável pelo pagamento dos recursos do PIS, que corresponde a cerca de 70% dos saques. Já as contas do Pasep, vinculadas aos servidores públicos civis ou militares, são administradas pelo Banco do Brasil e correspondem a 30%.
Quem tem conta corrente na Caixa Econômica Federal terá o depósito do PIS feito automaticamente. O mesmo ocorrerá com os correntistas do Banco do Brasil, no caso do Pasep. Os demais cotistas poderão realizar os saques diretamente nas agências bancárias. Os herdeiros e dependentes também terão direito ao dinheiro.
Em agosto do ano passado, o presidente Michel Temer assinou a MP 797/2017 prevendo a liberação de saque para homens a partir de 65 anos e mulheres a partir de 62 anos. O texto perdeu a validade no dia 21 de dezembro, sem ter sido votado pelo Congresso Nacional. Por isso, entrou em vigor em janeiro deste ano a nova MP que traz a idade mínima de 60 anos, tanto para homens quanto para mulheres.
O saque para aposentados, idosos com mais de 70 anos e herdeiros de cotistas falecidos continua liberado, sem necessidade de aprovação de medida provisória nem de calendário de pagamento.
Os fundos do PIS e do Pasep funcionaram de 1971 a 1988 e davam direito ao trabalhador de receber o rendimento das cotas e sacar o dinheiro em caso de aposentadoria, doença grave ou ao completar 70 anos.
A partir de outubro de 1988, após a promulgação da Constituição, a arrecadação do PIS/Pasep passou para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que paga o seguro-desemprego e o abono salarial, e para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que faz empréstimos a empresas.
Em meio à mudança, muitos que tinham direito ao dinheiro não sacaram os recursos. Por isso, o governo editou a MP que ampliou o limite de idade para os idosos e estipulou um calendário no ano passado para melhor organizar o saque dos recursos.
Participam do fundo trabalhadores de organizações públicas e privadas que contribuíram para o Pasep ou para o PIS até 4 de outubro de 1988 e que não tenham resgatado todo o saldo. Quem passou a contribuir após essa data não possui saldos para resgate. Quem ainda não retirou seus recursos continua podendo sacar o dinheiro.