Aprovada pelo Senado em segundo turno, na última quarta feira (07), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do divórcio, que torna desnecessário o prazo de um ano para separação judicial ou a confirmação de que o casal interessado já está separado há dois anos, para a concretização do divórcio. Agora, depois de aprovada, a Proposta segue para a promulgação na Câmara Federal. A aprovação da PEC significa a modernização do instituto do divórcio, pois elimina a fase da separação judicial e suprime o prazo de dois anos, instituindo o chamado "divórcio direto". Com isso 581 mil pessoas que se divorciam por ano, não precisarão mais esperar dois anos para se casar novamente. O Deputado Federal Sérgio Carneiro (PT/BA) - Procurador da Câmara dos Deputados - comemorou a aprovação da PEC, dizendo que "ao invés de PEC do Divórcio ela deveria se chamar PEC do Casamento, porque as pessoas vão poder se casar mais". Em Paulo Afonso, líderes religiosos são contra a agilidade do processo de divórcio, por entenderem que essa facilidade pode aumentar o número de separações, que a cada ano cresce desordenadamente. -"Portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne; o que Deus ajuntou não o separe o homem". Repetindo as palavras de Jesus aos fariseus, conforme texto bíblico do Evangelho segundo Mateus 19:5-6, o Pastor Cícero Tavares citou exemplos de pessoas que banalizam a separação, ignorando os mandamentos do criador. Para o líder evangélico da Igreja Pentecostal Chama Viva, a facilidade de se divorciar pode aumentar ainda mais o número de separações, que em sua opinião já é absurdo. Para o Padre Roberto, da Diocese Nossa Senhora de Fátima, o divórcio não tem respaldo bíblico. -"Segundo dados do IBGE, nos últimos 20 anos o número de separações cresceu 200%, o que nos faz pensar que as pessoas estão brincando de casar, esquecendo o compromisso firmado diante de Deus, de construir uma família, a partir da promessa: até que a morte os separe", observou o religioso. Padre Roberto definiu o casamento civil como um contrato que pode ser revisto e anulado a qualquer momento, mas para a igreja, a união entre homem e mulher deve ser indissolúvel. -"Muito mais do que um contrato, o casamento se constitui uma aliança e deve ser conservado com amor, respeito, compreensão e perdão mútuo", completou.