Façamos uma conta rápida: quantos dias úteis existem num ano?
São 5 dias úteis por semana, 52 semanas no ano: total de 260 dias úteis por ano.
E feriados? Pelas minhas contas, juntando-se os nacionais, estaduais e municipais chegamos a 17 feriados por ano. Destes apenas dois, 01/05 (Dia do Trabalho) e 25/12 (Natal) cairão em sábados. Em compensação, seis cairão em dias de quinta-feira ou terça-feira, o que significa dizer que as segundas-feiras ou as sextas-feiras serão "enforcadas". Resumo: no ano de 2010, teremos 22 dias "inúteis", que correspondem a 8,5% dos dias úteis, ou seja, 8,5% do nosso PIB jogado no lixo!
Vamos pegar apenas o mês de junho como exemplo: são duas semanas de três dias, com feriados nas quintas feiras, a primeira por conta do feriado de Corpus Christi e a segunda por conta do feriado de São João. E uma semana de quatro dias, por conta do feriado da independência da Bahia em 2 de julho, sexta feira. E ainda teve os jogos da seleção Brasileira na Copa 2010 numa terça e em uma sexta durante o horário comercial. Ao todo são 7 dias úteis perdidos, mais de 30% do mês útil. Ufa!
Estudos apontam que um dia de feriado no meio da semana representa perda de, em média, 4% no faturamento das empresas. Quando esse dia cai num sábado, a perda pode chegar a 8%. Toda empresa tem custos fixos mensais - água, energia, funcionários, aluguel, etc. Com os feriados, deixamos de vender, mas não de pagar.
Uma pergunta não quer calar: 8,5% do PIB fazem diferença? Voltemos a fazer contas. Vamos pegar PIB de Paulo Afonso (SEI, 2006) que é de R$ 1.544,61 milhões, ou seja, em 2006 o município produziu em bens e serviços R$ 1.544.610.000,00 (um bilhão, quinhentos e quarenta e quatro milhões, seiscentos e dez mil Reais). Então, 8,5% do nosso PIB equivalem a aproximadamente R$ 140 milhões de Reais, ou seja, desperdiçaremos próximo de uma vez o orçamento da Prefeitura Municipal para este ano. Continuando com as contas: a nossa carga tributária (impostos, taxas e contribuições) equivale a 42% de tudo que é produzido, ou seja, com os impostos que deixamos de arrecadar teríamos mais repasse de FPM, ICMS e outras receitas correntes. Dinheiro suficiente para dobrar, por exemplo, os recursos do orçamento da educação.
Com tanto feriado, perde a Nação, a Bahia e Paulo Afonso!!
Não sou contra os feriados. Não me entendam mal. Entendo que alguns feriados poderiam ser ao menos revistos. Poderíamos fazer como no dia das mães e dia dos pais que caem sempre num domingo. Porque então o dia de Tiradentes, Emancipação, São Francisco, Proclamação da Republica, dentre outros, não podem seguir o mesmo critério? A data cívica ou religiosa seria comemorada, o lucro comercial com esses dias continuaria o mesmo e não perderíamos dias produtivos com eles. Algumas datas não seriam modificadas. O Natal, Ano Novo, Carnaval e Páscoa por exemplo. Mas mover alguns feriados religiosos e especialmente aqueles criados a partir do poder público para os fins de semana não ia matar ninguém.
Desenvolvimento com Justiça Social.