Conheci o vereador Zezinho do INSS (Podemos), vociferando contra a Embasa. Sem medir palavras ou gestos, quase toda sessão trazia ele contas ‘dos filhos de Jesus, dos pobres de Nossa Senhora’ que não podiam pagar; e que a ‘famigerada empresa’ estava lhes tirando o pão de cada dia.
Assim Zezinho seguia sua toada até à ascensão de Luiz de Deus (PSD) à prefeitura e sua disposição de deixar tudo como está – a despeito da opinião pública.
Contudo, o vereador mudou. A discussão sobre renovar a concessão da empresa tendo que contradizer o Executivo, lhe tapou os olhos e lhe tirou a mais remota indignação para ‘as contas dos pobres’, porque com 5 mandatos consecutivos, Zezinho sabe que precisa de maré boa para remar.
Discussão ia e vinha, e o vereador desenhava a sua calunguinha. Haja folha de ofício. Eis que na última quarta-feira, a coisa mudou. De repente, sentido a batata quente do clamor popular [que não protesta na rua, mas espera a hora certa de dar o troco nas urnas], o vereador se esquivou de comparecer à reunião com o prefeito, cuja pauta, suspeitava, tratava sobre a Embasa.
Quem o viu nos corredores da Câmara Municipal na hora do chamado, diz que ele ‘estava em ar de louco’. E agora José? O vereador do Podemos vai mesmo peitar um projeto do Executivo e passar a pão e água o restante do seu mandato? Ou vai abraçar a pauta do povo sob pena de nunca mais voltar à Casa?