Não existe nada mais equivocado para quem disputa um cargo seja ele ao executivo ou legislativo do que vestir a camisa do “já ganhou”. Porque a política tem a sua dose de lógica, mas não é uma ciência exata. Um bom exemplo é o que aconteceu com o então vereador Regivaldo Coriolano da Silva, um político a se mirar para quem quer entrar na política. Entrou na disputa da reeleição como um ícone da moralidade, sempre vitorioso nas urnas e sem uma mancha na sua vida pública. Não havia quem apontasse para a sua derrota. Era o favorito. E quando as urnas abriram perdeu para os ilustres desconhecidos Cícero Bezerra, Mário Galinho Edilson do Hospital, Zé de Abel e Leco, todos eles sem nenhum brilho ou atuação política, exceto Jean Roubert que é advogado e professor. Foi, talvez, a sua derrota, uma das maiores surpresas da política pauloafonsina. E como ele outros tidos como medalhões igualmente perderam. O que aconteceu com Regivaldo é um exemplo emblemático de que, ninguém sabe o que passa na cabeça do eleitor. E que ninguém, por conseguinte, é dono dos votos.
Comentário do leitor:
Bem oportuna a tua análise sobre o equívoco dos candidatos começarem a comemorar vitórias antes da galinha botar o ovo... Cito dois casos igualmente recentes e, coincidentemente (ou não) com vereadores de Paulo Afonso, ambos ex-presidentes da Câmara, como Regivaldo.
Um deles, Edson Oliveira Maciel, com vários mandatos, líder da bancada da oposição e do seu partido PP... e perdeu para o novato Cícero Bezerra (PP)...
Outro caso, Ângelo Carvalho, se bem que nesse caso, a ostentação de importância ajudou a derrotá-lo...
E há casos (ou boatos de casos...) em que o dito cujo candidato chegou a desembolsar um milhão de reais para ser eleito (embora a soma dos seus vencimentos, nos quatro anos, (12 mil/mês X 12 neses X 4 anos) só alcancem 576 mil...
É, a política promove comportamentos estranhos...