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Paulo Afonso - Bahia - 06/05/2017

Mulheres farão caminhada contra a violência, em Jeremoabo

Por: Gerluce Carvalho - Ex-presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública de Jeremoabo,
Divulgação

Um grupo de mulheres motivadas pelo sentimento de indignação pelo crime cometido contra a jovem Isabelly  Oliveira, pelo seu namorado, fato que indignou toda população, bem como, por todas as mulheres que foram assassinadas e muitas que são agredidas diariamente por seus companheiros, se reuniram na sexta-feira(5) no plenário da  Câmara Municipal de vereadores de Jeremoabo,  para planejar e organizar uma caminhada em forma de protesto, indignação, solidariedade e busca pela efetivação dos seus direitos por meio de políticas públicas em atenção às mulheres vítimas da violência doméstica, que, por mais que exista a lei Maria da Penha, que de fato foi uma grande conquista na luta das mulheres por respeito, percebe-se ainda não ser suficiente para conter os crimes cruéis cometidos contra às mulheres, levando às próprias mulheres a não denunciarem por não se sentirem seguras, e acolhidas pela rede de programas e serviços públicos de proteção a sua integridade física e psicológica. Para tanto se faz necessário rever a pena dada aos agressores que cometem esse tipo de crime.

As escolas e as igrejas precisam trabalhar juntas com a família Deus na vida de crianças e adolescentes, respeitando às religiões, para ensiná-las a dizer não a qualquer tipo de violência contra elas e, que "elas" se revistam de empoderamento para vencerem esse tipo de cultura arraigada nos costumes de uma sociedade machista e retrógrada e que "eles" se libertem desse estigma de que elas lhes devem obediência, porque mulher não é propriedade e sim companheira.

Percebe-se hoje que não é mais apenas uma questão de "honra" hoje eles assumem que é apenas por "ciúmes", eles são assassinos cada vez mais jovens! Em pleno século XXI. Mesmo depois das lutas, discussões, de lei específica, e da imprensa divulgando. Onde todos nós estamos errando? Na educação, na orientação espiritual desde cedo? Na família, na Igreja, na sociedade? Todos os dias falamos às mulheres que não aceitem, que denunciem, mas esquecemos de dizer a "eles" o porquê de não agredir e respeitar uma mulher. Todos são co-responsáveis por um convívio social harmonioso, com paz e amor ao próximo.

A caminhada das mulheres terá o objetivo de solidariedade às vítimas, o protesto diante dos órgãos públicos responsáveis pelas políticas públicas voltadas às mulheres, queremos que seja implantado o Conselho Municipal da Mulher inexistente no município; estamos reivindicando também que a Delegacia da Mulher seja implantada em Jeremoabo por meio de abaixo assinado que será destinado ao Governo do Estado para atender a região; e pra o congresso nacional um pedido para que a Lei Maria da Penha seja revista no sentido de que hajam penas mais severas aos agressores.


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