No caótico trânsito de Paulo Afonso, muitos buscam no velho jeitinho brasileiro de levar vantagem em tudo que sempre vem acompanhado de imprudência e imperícia, meios para fugir das leis e regras de trânsito.
O número de carros e motos nas ruas cresce a cada dia e também, junto com eles, crescem o desrespeito e a falta de paciência.
Ao percorrer o trajeto da minha casa, bairro Panorama, passando pela rotatória do monumento do Lions Clube, Avenida Contorno - via pátio da feira, Avenida Otaviano Leandro de Moraes até a Avenida Getúlio Vargas, centro da cidade, perdi as contas de quantas atrocidades acontecem diariamente no transito seguidas da falta de educação da população e da desorganização do poder publico para resolver uma questão que se arrasta há anos e só piora.
O trânsito é lento, principalmente nos horários de pico, onde todos, seja de carro ou de moto, tem pressa de chegar. Os cruzamentos ficam travados com o excesso de veículos. Os mais apressados desrespeitam o fluxo normal e não raro, vê-se mototaxistas trafegando pelo passeio público e fazendo ultrapassagens pela direita, veículos na contra mão, motoristas sem o cinto de segurança, carros estacionados nas calçadas... Sem falar no caos da ponte de acesso, principalmente logo cedo da manhã, das 6h30 às 7h30, horário que pais e mães estão levando seus filhos para a escola, e que coincide com a chegada dos ônibus da zona rural, dos bairros periféricos e de cidades circunvizinhas para mais um dia de trabalho. São centenas de pedestres, bicicletas e carroças de burro travando uma verdadeira luta por espaço com motos, veículos, ônibus e caminhões. Caos que se repete próximo ao horário do meio dia, e no final da tarde, com o retorno para casa. No centro da cidade, faltam vagas para estacionar. Poucos respeitam os locais exclusivos para carros e motos. Caminhões param para descarga de mercadorias em qualquer lugar. Vans e ônibus do transporte alternativo param em faixa dupla para descarrego de cargas e transbordo de passageiros. Carros de som trafegam em marcha lenta e com volumes acima do permitido. Para completar, os pedestres não utilizam o passeio público ne as calçadas - preferem andam no meio da rua e atravessar as ruas fora da faixa de segurança. Isso tudo em plena luz do dia, sem fiscalização ou qualquer tipo de punição. O que não deveria nem ser exceção vira regra. O poder público precisa ser ágil em encontrar soluções. Os investimentos na melhoria do trânsito há muito não são realizados. Faltam sinaleiras, faixas de pedestres, vagas para idosos e deficientes, disciplinar o tráfego de mão única em muitas vias, e em outras tantas ruas permitir-se o estacionamento em apenas um dos lados da via. É mais que hora de se ter uma zona azul. Ônibus, vans e veículos de carga e descarga precisam de lugares apropriados para estacionamento.
O desrespeito às leis de trânsito e a falta de participação da população em cobrar do poder público uma melhora e até mesmo uma solução para o problema, comprova que ainda somos omissos. E pior, vítimas de nossa própria negligência, pois a punição é nossa: somos nós que sofremos as conseqüências, às vezes, mortais.
Já não dá para esperar mais. É preciso fazer valer os nossos direitos de termos um trânsito organizado. Não podemos terceirizar a nossa cidadania.
Desenvolvimento com Justiça Social.