“O sertanejo é antes de tudo um forte”, escreveu Euclides da Cunha no começo do século 20. Passados 100 anos, o sertanejo castigado pelas más administrações é antes de tudo um dependente de governo sérios e comprometidos com a realidade que os cercam.
O município de Glória, com 127 anos de emancipação política, nunca, antes da gestão da prefeita Ena Vilma Negromonte (PP), teve uma casa popular. A emoção de seu Manoel, dona Alaíde, e tantos filhos de Maria que ontem receberam sua casa, vem da novidade para esse povo.
Uns choravam, outros sorriam, e tinham os que dançavam, mas, sobretudo, permaneceram até o último nome ser chamado para receber às chaves, de um lar, em primeiro lugar, mas também, de uma perspectiva de vida com dignidade.
Ficaram para prestigiar seus futuros vizinhos e o clima era de felicidade e esperança em dias melhores. Cada um trás uma história, em comum o sonho de ter uma casa, agora realizado. Antes da entrega das chaves o pastor Alex fez uma oração pedindo que Deus abençoasse os novos moradores.
O deputado federal Mário Negomonte Júnior (PP) veio acompanhar a entrega, visitou as residências ao lado da prefeita e dos vereadores, secretários municipais, funcionários do governo e as famílias acompanhando tudo, de forma ordeira.
“Temos aqui que reconhecer o esforço do governo federal que criou o projeto Minha Casa, Minha Vida, porém, essas casas aqui são gratuitas para as pessoas que precisam”, disse o deputado.
Mário Júnior lembrou ainda que eram muitos municípios pleiteando estas casas, e que só foi possível trazê-las para Glória, porque à época, o município tinha um ministro:
“A senhora não teve apenas votos, foi a prefeita que trouxe a Praça da Juventude, um balneário, ciclovia e as ações sociais que este município precisava, e fez tudo isto foi porque Mário Negromonte era ministro e trouxe a obra para cá, e porque enquanto os outros falam, nós trabalhamos”, enfatizou o deputado.
Os contemplados
A maioria das chaves foram entregues às mulheres, entre elas, dona Alaíde, que teve a casa incendiada, lembrando que 3% das habitações foram reservadas a idosos, contemplando além desta, outras pessoas na mesma faixa etária.
A secretária de Ação Social, Edielg Vieira, lembrou aos moradores os critérios que precisaram ser cumpridos, e os deveres que agora cabe a cada um: “É um momento muito importante para nós da ação social, e os senhores sabem que não podem vender, doar ou alugar essas casas”.
A obra que mais emocionou Ena Vilma
Mário Júnior lembrou a prefeita que comprasse um caderninho: “São tantas obras, para a senhora lembrar depois”, brincou. A prefeita, no entanto, falou das dificuldades e criticou a política barata que tentou prejudicar os beneficiários:
“Todo mundo tem direito de fazer política, mas daí a induzir os senhores a cometer atos criminosos?, a invadir de forma ilegal, para depois os senhores perderem suas casas?, eu fiquei preocupada, porque vocês sabiam que eu não poderia entregar de qualquer jeito”, lembrou Ena Vilma.
A prefeita explicou ainda que haviam etapas a serem cumpridas: “A nossa parte enquanto governo está aí, muitos municípios se quer levantaram as paredes de suas casas, mas faltava a Embasa e a Coelba, e graças a Deus agora vocês podem entrar”.
“Já tive muitas tristezas e felicidades na minha vida, mas minha maior alegria foi quando entrei na minha casa, porque eu também paguei aluguel, e eu sei como isto é importante”, disse.
Às chaves, a assinatura e as fotos
Os vereadores Beto, Gilmar Pereira, José Nilson, Nido de Dotor, Bezeca, o secretário de governo Nivaldo Lopes, funcionários da assistência social, o assessor de Mário Júnior, David Cavalcanti, se reversavam para entregar às chaves a cada pessoa que era chamada, mas havia preferências de alguma pessoas, boa parte delas queriam mesmo receber das mãos de Ena Vilma, e até o fim a prefeita fez questão de entregá-las, e abraçou cada contemplado.
O futuro próximo
David Cavalcanti e o secretário de infraestrutura, Dr. Chico estão incumbidos de fazer os cálculos e enviar quantos metros de calçamento a ‘Brisa do Velho Chico’ - nome do empreendimento, vai precisar, pois Mário Júnior irá contemplá-lo no fim do ano, quando os deputados federais colocam suas emendas. O deputado prometeu e não houve desconfiança, as pessoas aplaudiram, porque a esta altura, a população já sabe diferenciar políticos que têm compromisso dos que apenas falam.