Opinião

Paulo Afonso - Bahia - 16/04/2016

Dilma no paredão

Menelau Júnior é formado em Letras e ´possui especialização em língua portuguesa
Reprodução

O BBB 16 já acabou, mas amanhã é dia de paredão. De um lado, a presidente Dilma; de outro, 70% dos brasileiros que acham que ela deve ser "eliminada". Dependesse dos votos por região, como no Big Brother Brasil, Dilma provavelmente perderia de 3 a 2 - pois as regiões Norte e Nordeste certamente votariam a favor dela. Não é o caso. Os votantes são os deputados - eleitos legitimamente para representar o povo.

A agonia do povo brasileiro, claro, não acaba domingo. Caso o impeachment seja aprovado pela Câmara, haverá pela frente ainda o Senado. E haverá Lula, num quarto de hotel, tentando comprar a consciência dos senadores e líderes partidários. Nunca antes na história desse país se viu uma tentativa tão mesquinha de transformar a República num "prostíbulo", usando a expressão do colunista Reinaldo Azevedo. Com o perdão da comparação a todas as mulheres que trabalham em prostíbulos decentes...

Entretanto, mais importante que saber se os deputados aprovam ou não o impeachment neste domingo, é saber o que vem depois. Como será o país depois de Dilma e do PT? De um jeito ou de outro, perdemos todos.

Se Dilma ficar, continuaremos com um governo destrambelhado, sem maioria na Câmara e com uma presidente que não governa. Evitar o impeachment é entregar o país a Lula - um político decadente, que só convence seus seguidores ávidos de cargos, propinas e benesses estatais.

Se Dilma sair, Temer será responsabilizado por todo o desastre que aí está. Terá o PT na oposição. E, convenhamos, é preciso reconhecer: o PT sabe fazer oposição. O PT sabe dar ordens ao MST. O PT sabe controlar a UNE. O PT controla os movimentos sociais como se controla um cão feroz com um estrangulador. Temer terá o que temer. O Brasil também.

Enfim, o Brasil vai parar neste domingo para saber o que pensam nossos nobres deputados federais. No caso de Caruaru, temos um deputado. Ele chegou lá (novamente), inclusive, com meu voto. Agora, quero saber o voto dele. O dele e o de todos os outros. A Câmara estará pressionada pelas ruas. De um lado, um povo que não defende um partido, mas uma Nação. De outro, um pequeno grupo que defende um partido que tomou de assalto uma nação. E no meio do caminho, os nobres deputados. Incluindo o que ganhou - várias vezes - o meu voto.


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