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Paulo Afonso - Bahia - 12/02/2016

A beleza do Velho Chico está sendo invadida pela baronesa

Por Marcos Brito Biólogo - CRBio 85.067/08-D
Reprodução

A beleza do nosso Rio São Francisco, em especial o Balneário Prainha, está sendo invadida pela baronesa, impossibilitando o banho e o lazer dos pauloafonsinos e turistas. Conhecida também como aguapé; lírio d’água; rainha d’água; jacinto d´água, a Eichornia crassipes – seu nome científico – tem origem nas Américas do Norte e do Sul.

Sendo um vegetal aquático, o aguapé vive flutuando sobre as águas, mas pode se enraizar em locais considerados rasos ou secos. Sua floração é no verão e gosta de clima quente e úmido. Flutua por possuir cavidades de ar nos pecíolos (porção que une a folha ao caule), e suas raízes são longas e estendem-se da superfície a baixo, podendo chegar a um metro de comprimento. Como, na sua biologia, parte é fora e parte é dentro da água, serve de abrigo para várias espécies de vidas, como moluscos; pequenos peixes; insetos; anfíbios; aves e alguns outros.

Por que estão aqui? São dois os motivos de sua presença: primeiro o clima, a alta temperatura associado às chuvas passageiras da nossa cidade nos últimos dias; segundo a poluição, o aumento de matéria orgânica na água, conhecida por eutrofização. Dejetos jogados no rio podem causar esse fenômeno. A seca também, “menos água, mais elemento orgânico”.

Mas não necessariamente o rio esteja sendo poluído nessa região. Com a chuva no nível mais alto, os aguapés são conduzidos à sua porção mais baixa. Portanto esses acontecimentos podem estar acometendo outras localidades. E como resultado, o nosso balneário está “sujo”, embora esteja sendo constantemente limpo pela Prefeitura.

Sua presença é positiva ou negativa?

Positiva: quando um reservatório ou um lago está poluído, alguns profissionais utilizam o aguapé para a reversão do quadro. As suas raízes longas assimilam todos os componentes poluentes tóxicos da água, além de incorporar em sua composição uma grande quantidade do excesso de nutrientes na água.

Negativa: a sua proliferação é enérgica, e o descontrole pode dificultar a sua remoção, além de que quando o aguapé morre todo o material tóxico que ele absorveu é relançado à água.

Como promoção de sustentabilidade e gestão ambiental, bem como de educação ambiental, na remoção desses aguapés pode ser gerada matéria para a fabricação de adubo orgânico, conhecido como compostagem

 

 

 


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