É de conhecimento público que a profissão de moto-taxista, mesmo não regulamentada na cidade, é uma realidade. No inicio ainda se tentou a regulamentação da atividade mas ficou apenas na boa vontade. Como se sabe em todos os municípios, onde o serviço existe, a profissão de moto-taxista foi criada partindo de duas necessidades básicas da população, a primeira é o transporte das pessoas e a segunda é a necessidade de sobrevivência e a falta de oportunidade no mercado de trabalho. A atividade ainda funciona na irregularidade, pois não há uma lei que regulamente o serviço. De um lado do debate, há a questão da segurança dos passageiros; do outro, o fator econômico e social.
A atividade se tornou num negócio extremamente rentável para os permissionários (donos de moto-taxis). Contudo, mesmo sabendo que todo Profissional liberal é contribuinte obrigatório da Previdência Social, não há uma única empresa em Paulo Afonso que pague o INSS dos seus funcionários. Hoje tem empresa em Paulo Afonso com cerca de 100 moto-taxistas. O trabalhador da categoria paga uma diária média de R$ 8 para os donos de pontos. Ou seja, em média R$ 800,00 dia, considerando os seis dias da semana esse montante totaliza exatamente R$ 19.600 mes, salário que causa inveja a qualquer médico de PSF.
Acompanhe o caso de uma ex-mototaxista. Ela sofreu um acidente no centro da cidade. Teve que realizar diversas operações na capital Salvador, chegando a ter que amputar parte da perna esquerda. Mesmo assim, não teve como receber o auxílio-doença, nem o auxílio-acidente, por não estar contribuindo com o INSS. “Hoje eu vejo como seria importante se houvesse o recolhimento para o INSS, pois eu estaria coberta quando sofri o acidente”, conta.