O delator do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse em depoimento à Procuradoria Geral da República que o então deputado federal e hoje senador pelo Partido Progressista (PP) Gladson Cameli está entre os deputados que ele “tem certeza” que recebiam propina mensal que variavam entre R$ 30 mil e R$ 150 mil.
No depoimento, Paulo Roberto é taxativo em afirmar “ter certeza” de que Gladson, além de outros parlamentares de menor importância dentro do PP, recebia os valores acima citados.
Outros parlamentares da sigla, como José Janene, Mário Negromonte, João Pizzolatti, Pedro Correia e Neldon Muerer, considerados de maior influência no partido, recebiam valores que giravam em torno de R$ 250 mil e R$ 300 mil.
O depoimento que incrimina o parlamentar acreano consta da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abertura de inquérito no último dia 3. A lista contém o nome de 54 pessoas que têm direito a foro privilegiado, ou seja, que serão investigadas apenas pela corte maior do país.
A lista foi divulgada na tarde desta sexta-feira, 6, por determinação do ministro Teori Zavascki, relator do processo.
De acordo com as investigações feitas pela Polícia Federal, cerca de R$ 10 bilhões foram desviados da Petrobras para o pagamento de propina a políticos e diretores da empresas.