O Papa Francisco está prestes a tornar santos dois de seus antecessores, o italiano João XXIII e o polonês João Paulo II, que simbolizam a abertura para o mundo e a confiança de ser católico: duas faces complementares, nas quais ele se reconhece. A canonização acontecerá neste domingo (27).
Diante de centenas de milhares de devotos de toda a Itália, Polônia e demais países – e centenas de milhões em frente à televisão ou nos cinemas de 20 países com óculos 3D – o primeiro Papa latino-americano da história canonizará na Praça de São Pedro os dois papas: Giuseppe Angelo Roncalli, o homem do Concílio Vaticano II (1962-1965), que abriu a Igreja Católica para a sociedade e para as outras religiões, e Karol Wojtyla, o carismático que derrotou o comunismo.
A presença do Papa emérito Bento XVI é provável, mas ainda não foi confirmada. Joseph Ratzinger foi muito ativo no Concílio e um colaborador próximo do papa polonês. Cento e cinquenta cardeais, mil bispos e 6.000 padres de todo o mundo concelebrarão a missa de domingo de manhã ao ar livre em frente à basílica. No total, 93 delegações oficiais, incluindo 24 chefes de Estado e membros da realeza, vão assistir a cerimônia de duas horas.
“Este é um evento como Roma nunca experimentou em sua história, a canonização de dois papas na presença de dois papas vivos”, afirmou na quarta-feira o bispo Libério Andreatta, chefe da agência do Vaticano de Organização das Peregrinações (ORP).
À medida que a canonização de João XXIII, apelidado de “o papa bom”, não é contestada por ninguém, a de João Paulo II tem recebido críticas, com acusações de que ele fechou os olhos para os crimes de pedofilia, concentrou o poder e foi muito severo com teólogos dissidentes, incluindo os da Teologia da Libertação.