Mais uma vez, a população assiste, indignada, a uma tragédia anunciada, enquanto as autoridades permanecem inertes. Nenhuma ação concreta, nenhum questionamento oficial ou, pelo menos, nada divulgado. Mas, afinal, por que a surpresa de alguns, se todos já sabiam o que estava por vir?
Os representantes do povo em nossa cidade, especialmente aqueles nos níveis estadual e federal, parecem ter prioridades muito diferentes da saúde e do bem-estar de uma população já tão carente. A CHESF, historicamente, sempre agiu conforme seus próprios interesses em nossa cidade, muitas vezes com a anuência e até a bênção do Executivo e Legislativo, que falam muito e resolvem pouco.
De quem é a culpa por essa situação? Está claro como a noite: as autoridades constituídas em nossa cidade preferem fechar os olhos para esse tipo de polêmica porque sabem que haverá desdobramentos. E, para elas, desagradar a CHESF ou aqueles que trabalham para cortar os vínculos da empresa com a cidade não é conveniente.
A CHESF nos deve muito. Para que ela existisse, muitos perderam a vida, outros carregam sequelas até hoje, e muitos dependem desesperadamente do atendimento ambulatorial que está sendo desmantelado. Essas pessoas não têm condições de pagar por planos de saúde que atendam às suas necessidades, enquanto o município se omite em oferecer um atendimento mínimo e digno.
E os representantes do povo? Onde estão? Por que se calam diante de tamanha afronta? O absurdo imposto pela CHESF se instala com a complacência daqueles que deveriam lutar pelos direitos da população. Essa omissão é um retrato claro do abandono.
É hora de exigir respostas e ações concretas. Nossa cidade merece respeito, dignidade e uma saúde pública que atenda às necessidades de quem mais precisa.