Uma operação cumpre na manhã desta quarta-feira (28) três mandados de prisão temporária e outros oito de busca e apreensão em Paulo Afonso, na divisa da Bahia com Sergipe e Alagoas; no Conde, no Litoral Norte, e no município de Boca da Mata, em Alagoas.
Denominada de Cáfila, a ação é um desdobramento da Operação Alcateia, deflagrada em 29 de outubro do ano passado. Na ocasião vários policiais militares foram presos acusados de integrar uma organização criminosa [no caso, uma milícia] voltada para a prática de homicídios, tráfico de drogas, entre outros crimes (ver aqui e aqui).
A Cáfila investiga indícios de sequestro e possível homicídio de Alex Cirino Barbosa, que foi raptado no dia 7 de abril, por volta das 19h45, em Paulo Afonso. Barbosa desde então não foi mais localizado. Ele é uma das principais testemunhas da “Operação Alcateia”.
O sequestro foi filmado por câmeras de segurança da rua onde ocorreu o crime. As imagens mostram o momento em que a vítima é abordada, imobilizada, e colocada dentro do veículo usado pelos agressores, segundo informou o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), através do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O veículo que já havia sido visto na cidade em poder de um oficial da PM.
Ainda segundo o Gaeco, as evidências revelam que se trata de uma tentativa de intimidar testemunhas e embaraçar a ação penal resultado da operação Alcateia. A audiência de instrução do processo teve início nesta terça-feira (27) em Paulo Afonso. Um dos alvos da Cáfila é irmão de um dos policiais que segue preso.
O fato, segundo o Gaeco, reforça a tese de que o crime teria sido cometido para impedir a oitiva da testemunha. A Operação conta com a Força Tarefa de combate a crimes praticados por policiais civis e militares, com a Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), além do apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar.