A justiça tem fechado o cerco às ‘cinquentinhas’ em Paulo Afonso, mas o que pouco se fala é sobre os motivos pelos quais tantas pessoas têm adquirido este tipo de transporte. Neste artigo, um leitor Rogerio nascimento da Silva apresenta um outro ponto de vista sobre o assunto e explica que a utilização deste tipo de moto pode ser guiada pela necessidade de fugir da precariedade do transporte público na cidade.
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Acredito piamente que a questão das “cinquentinhas” é algo que não se limita apenas à falta de educação no trânsito ou à irresponsabilidade daqueles que fazem uso das mesmas. Creio que o problema vai mais além.
Senão vejamos: Adultos ou jovens, em sua maioria, se veem na necessidade de comprar uma moto (muitas vezes uma cinquentinha), justamente pelo fato de que o transporte público na nossa cidade se encontra sucateado. Não se vê elogios, apenas críticas e mais críticas. Falta de conforto, escassez de veículos, tudo isso contribui diretamente para o aumento do número de motos e, consequentemente, para o número de acidentes.
Sendo assim, antes de empregar um “comprometimento” em multar, deveria haver um comprometimento em mudar essa triste realidade do transporte público, investindo-se/fiscalizando-se no/o serviço de transporte público da nossa cidade, com a finalidade de empregar eficiência nesse serviço.
Importante lembrar que a nossa mobilidade urbana também se encontra comprometida. Há falta de espaço para as bicicletas trafegarem, o que deixa o cidadão que utiliza tal meio de transporta à sorte na violenta disputa de espaço com veículos maiores. Há, também, obstrução das calçadas, onde o pedestre, ao decidir andar a pé nas avenidas mais movimentadas (como na Avenida Getúlio Vargas, São Francisco, Landulfo Alves, Otaviano Leandro de Moraes), se vê obrigado a andar nas ruas, pois as calçadas estão repletas de cadeiras.
Fonte/Autor: Rogério Nascimento da Silvas/cidadão