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Polícia

Paulo Afonso - Bahia - - 14/10/2012

Rebelião em presídio de Glória termina após quase 24h

(Foto: Divulgação/Allan de Carvalho/SSP-SE)
Momento em que uma das visitantes mantida refém deixa o presídio
Momento em que uma das visitantes mantida refém deixa o presídio

Após quase 24h terminou no início da tarde deste domingo (14) a rebelião no Presídio Senador Leite Neto, no município de Nossa Senhora da Glória (SE), distante 126 km Aracaju. Todos os 485 rebelados, decidiram liberar o agente penitenciário Nelson Inácio dos Santos, de 59 anos, que era mantido refém desde às 14h de sábado (13).

A libertação do agente, bem como dos 100 visitantes, que também foram impedidos de deixar o complexo, ocorreu por volta das 13h deste domingo, após a retomada das negociações no início da manhã de hoje. 

De acordo com a polícia, os detentos reclamam da superlotação e reivindicam mais celas, além da ampliação dos horários de visita. Segundo a Secretaria da Justiça de Sergipe (Sejuc), apesar da tensão dentro do presídio durante essas quase 24h, não houve registro de mortes e de feridos graves.

Um detento que havia sido ferido por um tiro durante a tentativa de fuga, que foi evitada pelos agentes de plantão, e que culminou na rebelião, foi encaminhado ao Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), em Aracaju, ainda no sábado.

Uma gestante, que era mantida refém, passou mal no início da noite de sábado e foi liberada pelos presos. Ela foi encaminhada ao Hospital Regional de Glória onde foi atendida e passa bem.

"A Polícia Militar fez toda a contenção e colocou os seus oficiais à disposição para que pudesse ser feita a negociação, para que a gente chegasse, evidentemente, ao final do processo com uma solução mais tranquila, correta e sensata, que seria a rendição e a retirada dos familiares e do refém. Graças a Deus logramos êxito", informou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Maurício Iunes, que coordenou o contato com os internos, ao lado do comandante do Batalhão de Choque (BPChq), major Carlos Rolemberg, e do capitão Marcos Carvalho, do Grupo de Gerenciamento de Crises e Conflitos (GGCC), também da PM.
 

Início da rebelião

A rebelião começou por volta das 14h deste sábado (13), quando quatro presos tentaram escalar o muro nas imediações do alojamento dos agentes. Ao tentar conter a fuga, um dos agentes foi feito refém pelos detentos. Todos os 485 internos se rebelaram. Policiais cercaram a unidade prisional ainda na tarde de sábado. As negociações foram iniciadas por volta das 16h40.

 

De acordo com Iran Alves da Silva, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Sergipe, a fuga dos internos foi somente um pretexto para atrair a atenção dos agentes e assim os demais presos, pudessem rendê-los.

"Os agentes de plantão perceberam quando o grupo tentava escalar o muro e foram em direção a eles. Um dos internos foi ferido por um tiro disparado por um dos agentes prisionais e os demais foram contidos. No entanto, assim que eles conseguiram impedir a fuga perceberam a aproximação de outros presos. Os agentes correram para se proteger, mas um deles, o Nelson, foi pego pelos internos", disse.

Ainda segundo Iran Alves, os presos invadiram áreas administrativas do presídio, destruíram computadores e atearam fogo nos equipamentos, bem como em móveis e outros objetos. A intensão deles era a de fugir pela porta da frente.

Negociações

"Quando os agentes perceberam a proporção que a rebelião tinha ganhado acionaram a Polícia Militar, que enviou homens do Batalhão de Choque e também do Grupamento Tático Aéreo", afirmou Iran Alves.

De acordo informações da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Sejuc), o processo de negociação foi iniciado por volta das 16h40. No entanto, as negociações foram interrompidas pelos detentos no início da noite deste sábado.

Segundo o comandante do Batalhão de Choque da PM, Major Carlos Rollemberg, os presos informaram que as negociações com a polícia só seriam retomadas na manhã deste domingo (14). O clima continuou tenso no local durante toda a noite e madrugada deste domingo (14), e os moradores da região ficaram apreensivos.

Acompanharam todo o processo de negociação o secretário da Justiça, Benedito Figueiredo, e dos Direitos Humanos, Luiz Eduardo Oliva. Eles também ouviram pedidos dos internos a respeito de transferências e progressão de pena. Por parte da SSP, foi mobilizado o efetivo do Grupamento Tático Aéreo, com um helicóptero, além de tropas especializadas da Polícia Militar, a exemplo do Comando de Operações Especiais (COE), Batalhão de Policiamento de Choque (BPChq) e Pelotão Especial de Policiamento em Área de Caatinga (Pepac).

 

Fonte/Autor: Denise Gomes do G1 SE

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