O deputado estadual Roberto Carlos Almeida (PDT) concedeu entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (5), na cidade de Juazeiro, região norte da Bahia, para falar sobre as suspeitas de participação em esquema de contratação de "servidores fantasmas". Ele disse que está sendo vítima de perseguição política, mas as acusações não irão impedir o lançamento de sua candidatura para a prefeitura de Juazeiro, cidade onde nasceu, nas eleições de 2012.
"Não tenho explicação. Eu não conheço o processo, tenho que conhecer. Meus advogados não conhecem o processo. A gente está falando de coisas vazias, de coisas que a gente não tem nada de concreto. Eu quero dizer que acredito na Justiça, acredito na polícia. Me coloquei à disposição da Polícia Federal para, no momento que a polícia entender de me ouvir, ela escolherá o local e a data", disse Roberto Almeida.
O deputado é alvo da 'Operação Detalhes' deflagrada pela Polícia Federal na manhã de terça-feira (3). Ele é suspeito de contratar oito assessores "fantasmas" que recebiam salários de R$ 3 a R$ 8 mil. Os valores eram sacados por outra pessoa, ainda não identificada, que repassava a quantia para as contas do deputado e de parentes dele. Os assessores e o deputado são suspeitos de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e peculato.
Durante a entrevista, o deputado informou que seus advogados deram entrada em uma petição, na quarta-feira (4), na Polícia Federal em Salvador e Juazeiro solicitando uma cópia do inquérito.
Segundo a PF, oito "funcionários fantasmas", todos da cidade de Juazeiro, participavam do esquema de desviar os salários, ou parte do dinheiro, para o deputado Roberto Carlos Almeida. Seis desses servidores foram ouvidos pela polícia na manhã de terça-feira e confessaram participação.
Investigação
Segundo o superintendente regional da Polícia Federal em exercício, Daniel Veras, as investigações começaram a partir de um relatório emitido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), enviado à Polícia Federal, no qual foram identificadas movimentações financeiras atípicas realizadas por familiares do deputado no período de 2008 a 2010.
A investigação foi iniciada pela Delegacia da Polícia Federal em Juazeiro há dois anos e 12 mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. Roberto Carlos Almeida é o atual presidente do clube de futebol Juazeirense e atua como corregedor na Assembleia Legislativa da Bahia.
Documentos e computadores foram apreendidos pelos agentes federais no gabinete do deputado na Assembleia, em Salvador. Também houve averiguações nas cidades baianas de Juazeiro e Uauá, além de Petrolina (PE).
Fonte/Autor: G1 Bahia