Em mais um capítulo do premiado reality show político local, o prefeito do município de Glória adotou uma estratégia revolucionária: o silêncio absoluto. Diante das especulações sobre possíveis sobras dos recursos do FUNDEB 70%, destinados à valorização dos profissionais da educação, o chefe do Executivo optou por uma postura filosófica: quem cala, consente? Ou seria quem cala, não quer investir?
Enquanto professores, pessoal de apoio administrativo e serviços gerais aguardam ansiosamente por uma definição — ou ao menos uma palavra —, o prefeito parece ter se inspirado na velha máxima “menos é mais”, ao evitar qualquer explicação ou transparência sobre o destino dos recursos. Afinal, por que se preocupar com os profissionais que sustentam a educação do município, quando se pode simplesmente ignorá-los?
Nos grupos de WhatsApp de professores e pessoal de apoio das escolas, o clima é de revolta e decepção. Muitos profissionais, que já enfrentam jornadas exaustivas e salários que mal acompanham o preço do pão francês, agora convivem com a angústia de um gestor que, ao que tudo indica, prefere deixar a categoria à deriva.
Por enquanto, a única certeza é que a falta de diálogo entre o senhor prefeito e os educadores continua firme e forte. Entre essas e outras, a pergunta que não quer calar é: o prefeito está esperando o dinheiro “sobrar” para algum milagre de fim de ano, ou a categoria vai realmente terminar o ano a ver navios, mas sem nenhuma passagem para um cruzeiro?
Resta aguardar — de preferência, sentados e sem grandes expectativas — o próximo episódio deste enredo digno de um Oscar de descaso público.
Fonte/Autor: APLB Sindicato - Núcleo de Glória