O segundo turno das eleições municipais está marcado para o próximo domingo, com um cenário sombrio para o presidente Lula e o PT. Com exceção de Fortaleza, onde o petista Evandro Leitão ainda tem chances, num quadro de empate técnico com o candidato do PL, André Fernandes (PL), o PT corre o risco de sair da disputa sem eleger um só prefeito de capital.
Em Cuiabá, capital do Mato Grosso, duas pesquisas, Atlas Intel e Quaest, mostram um cenário de absoluto equilíbrio, com vantagem para Abílio Brunini (PL), em relação a Lúdio Cabral (PT). O bolsonarista aparece com 52,4% das intenções de voto e Cabral 45,6%. Já em Natal, capital do Rio Grande do Norte, a petista Natália Bonavides está bem atrás nas pesquisas.
O favorito é o candidato do União Brasil, Paulinho Freire, com 52% das intenções de voto, enquanto a petista tem apenas 28%. Em Porto Alegre, o cenário para o PT também é amplamente desfavorável. O prefeito Sebastião Mello (MDB) lidera com 52% dos votos ante apenas 30% da candidata petista, a deputada federal Mária do Rosário.
Em São Paulo, o PT apoia o candidato do Psol, Guilherme Boulos, que aparece comendo poeira atrás de Ricardo Nunes (MDB) nas pesquisas. Ele partiu para o tudo ou nada. Saiu de mochilão para dormir nas casas dos eleitores da periferia, divulgou denúncias contra o prefeito no caso da máfia das creches e até aceitou participar de uma sabatina com Pablo Marçal (PRTB).
Mas a iniciativa mais simbólica do candidato do PSOL foi a “Carta de São Paulo”, versão atualizada da Carta aos Brasileiros de Lula, de 2002, com o mesmo objetivo de tentar reduzir sua rejeição. Na carta, além de repisar o que já disse muitas vezes sobre ser um político do diálogo e não um radical invasor de propriedades, Boulos deu um passo adiante, reconhecendo a dificuldade da esquerda de se conectar com um eleitorado decisivo.
Fonte/Autor: Bob Charles