O que deu errado na campanha de Marcondes Francisco? Analisar uma eleição é sempre importante para se evitar a repetição de erros e tirar lições da experiência vivida. O problema é quando a análise é precária, ruim. Aí o melhor é ficar calado, porque, ao invés de ensinamentos, fica a impressão que sobram ressentimentos.
E os erros do Conde, não existiram? É provável que sim, afinal, o partido perdeu a eleição.
Uma avaliação eleitoral requer também um pouco de distanciamento e um certo controle das emoções e dos interesses de curto prazo. Apesar disso, vamos aqui nos embrenhar por essa seara complexa e hostil, pontuando algumas “variáveis” que podem ter tido forte influência no resultado. Vejamos.
A primeira e mais importante, sem dúvidas, foi o uso intensivo, para não dizer escandaloso, da máquina pública.
Como consequência direta do uso da máquina, a candidatura de Marcondes, contou com recursos financeiros muitas vezes superiores aos do adversário direto. Não um pouco mais. Centenas de vezes a mais, desbalanceando o jogo democrático e criando uma situação de completa assimetria.
No caso de Paulo Afonso, a pergunta que não quer calar é: e os programas de rádio, ajudaram em que?????
Uma variável que, por vezes, passa despercebida nas análises é a qualidade do argumento político. E aqui, talvez, tenha residido o principal erro do Conde. Mais do que acertos de Mário galinho, foram os erros da campanha de Marcondes que consolidaram a vitória do adversário.
Aqui vale um registro específico: Marcondes errou no dito “posicionamento estratégico”. O que isso significa? Ǫue ele adotou uma postura ao longo da campanha que não se mostrou adequada ao ritual eleitoral dos tempos atuais. O Conde, imaculado, bom moço e inofensivo não cabe na disputa por votos na atual conjuntura. O jogo está mais para políticos determinados, destemidos e “mordedores”. Esse erro foi fatal, deixando a Mário galinho o papel de pautar a eleição e controlar o jogo, por vezes se comportando como se fosse ele, e não Marcondes, o candidato de situação.
Por fim, a meu ver, um dado ajuda a expor o erro de análise dos que imputam aos aliados da direita a razão da derrota: O que indica que essa não foi uma eleição decidida na negação. O eleitor não votou no “menos pior”, mas naquele que melhor se apresentou aos seus sentidos. Ou seja, não foi por seu passado ou pelas companhias que Marcondes perdeu. Ele sequer saiu menor desta eleição. O eleitor, convencido pela força da campanha de Galinho, achou por bem dar-lhe quatro anos para fazer seu “trabalho”. Simples assim.
Fonte/Autor: Por Bob Charles DRT BA 3.913