PAULO AFONSO- A legislação eleitoral prevê de multa pesada à reclusão a quem for flagrado dando, oferecendo, prometendo, solicitando ou recebendo, para si ou para outra pessoa, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem em troca de voto.
Se a lei funcionasse na prática, como é sabido, mesmo nos casos flagrantes, a maldita tradição já teria sido banida do processo eleitoral, bem como seus praticantes.
A realidade não diz isso. Ao contrário. Eis o ponto que eu abordo sobre os pré-candidatos raízes do BTN, que vão disputar uma vaga para o Legislativo pela primeira vez.
Na capa eu destaco os pré-candidatos a vereador Tia Neide (PSDB), Tauir Wagner e Jaciede Rodrigues, ambos do Solidariedade, como exemplos, mas poderia ampliar e muito o quadro.
São políticos forjados no complexo de bairros do Tancredo Neves, no qual, cada um à sua maneira, conhecem os vizinhos, sabem sair dos becos – sem B.O – de igual modo são conhecidos pelos moradores; e com eles partilham o dia a dia do BTN nas suas conquistas e nas muitas dificuldades, então, eis a questão: por que as urnas são tão cruéis com o político local?
É fato que o segundo maior colégio eleitoral de Paulo Afonso está amadurecendo sobre a importância da representatividade, contudo, até a última eleição, restou cristalino uma preferência por candidatos de fora que, honestamente, não se explica sem levarmos em consideração o assédio eleitoral – implicado aqui as várias naturezas.
Não à toa, caiu consideravelmente a participação de postulantes a uma vaga na Casa Legislativa entre um pleito e outro. O número chega a 30%. É preciso esperar as convenções para ter a quantia exata.
Uma das razões para a baixa, certamente, é o desiquilíbrio entre os endinheirados – que não significa exatamente políticos com mandato- e os que só têm a coragem. Mesmo pessoas sem qualquer expressão política e/ou militância/ liderança etc., se têm dinheiro despontam como favoritos. É comum ouvir: “tal pré-candidato tem um milhão para gastar.”
Obviamente que não se trata de uma característica isolada, o assédio eleitoral, infelizmente, existe em todos os lugares, o que dizer da área rural então?; porém o BTN corre para ser o maior em número de eleitores em pouco tempo e é imprescindível que o Ministério Público Eleitoral atue com freios e contrapesos para punir exemplarmente os maus políticos e as más lideranças que perpetuam esse tipo de crime.
É legal pensar em situações niveladas para todos: já pensou se todo pré-candidato que, de repente, estoura nas urnas do BTN, precisasse neste pleito se valer só da presença, amizade e confiança dos moradores? Conseguem imaginar qual seria o resultado?
A qualidade do voto, em última instância, se mede pela presença e atuação em prol da comunidade, nos quatro anos seguintes à eleição.
Fonte/Autor: Site: Home Ivone Lima