PAULO AFONSO– Nos últimos dias, o diretor de programação da RBN, Jota Matos, iniciou uma ofensiva contra os vereadores que decidiram pular do barco governista, antes de serem engolidos pelo naufrágio. Apesar de ter classificado a meia dúzia de “Judas”, sua artilharia mira especialmente o presidente da Câmara, Zé de Abel (Podemos), e Pedro Macário (União).
Jota Matos está realmente por fora. Devo lembrá-lo que Macário segurou a maior pressão jamais vista contra um presidente de Câmara, após a Justiça local decidir pela instauração imediata de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI – que investigaria justamente a gestão de Luiz de Deus (PSD).
Macário ficou dez dias ouvindo de tudo, com a decisão do juiz na Mesa. Tempo em que a prefeitura recorrida da decisão em segundo grau. E para quê isso?, salvaguardar a figura do prefeito que, tivesse sofrido a CPI, amargaria a humilhação de ter que ir depor no Legislativo. E vale acrescentar: poderia, a depender dos avanços da investigação, ser afastado do cargo.
O mesmo é preciso dizer sobre Zé de Abel. No caso dele, ficou sem dinheiro para comprar um cigarro – ainda bem que não fuma – porque teve as contas bloqueadas pela Justiça, em razão da mesma CPI. Àquela altura, com decisão do juiz Cláudio Pantoja.
Zé, ainda mais que Macário, enfrentou a opinião pública, e precisou dizer que “não estava fugindo do oficial de Justiça.”
Portanto, nenhum dos vereadores traiu Luiz de Deus. Diga-se o contrário. Quando o prefeito pediu licença, deixou os companheiros desguarnecidos, à mercê do interino, Marcondes (PSD).
Luiz de Deus se afastou por motivo de força maior, mas deixou o barco correr. O fato é que sem acolhimento na prefeitura, cada vereador precisou procurar seu meio. Escutaram o canto do Galo (PSDB). Eis a verdade.
Agora não adianta o muxoxo. Marcondes perdeu a maioria porque foi prepotente e calculou o passo errado.
Fonte/Autor: Painel - Ivone Lima