Pode parecer implicância ou pessimismo, mas o drama vivido pelos usuários do transporte coletivo de Paulo Afonso (BA) é uma triste realidade que se arrasta por anos, e tudo indica que a solução não virá tão cedo.
O tema já foi debatido por diversas vezes entre o Poder Executivo, associações de moradores e a empresa responsável pelo serviço. Mas nunca foram obtidos resultados satisfatórios e a Atlântico Transporte continua rindo na cara do povo e ganhando dinheiro para comprar ônibus novos para usar em Lauro de Freitas, Salvador, e mandar veículos sucateados para Paulo Afonso.
Na última reunião que aconteceu em abril deste ano, no Gabinete do prefeito em Exercício, Marcondes Francisco, representantes das instituições presentes pediram mais atenção aos usuários. Segundo eles, muitos alunos de faculdades estavam tendo dificuldade de chegar às instituições de ensino por falta de ônibus. Representantes da comissão de transporte relataram que os moradores dos bairros Siriema, Prainha e BTN I estão sem transporte coletivo desde a pandemia, enquanto o Centenário, Senhor do Bonfim, Tropical e Sal Torrado tiveram os horários reduzidos e quem necessita ir ao centro da cidade é obrigado a pagar moto táxi, tuk tuk ou uber.
Após a reunião, a resposta do prefeito em exercício foi: “Vamos buscar as melhorias e observar se de fato os acordos serão cumpridos". Mas parece que o chefe do Executivo Municipal esqueceu de observar, visto que já se passaram oito meses e nada melhorou. Durante a semana, o tempo de espera nos pontos para quem vai para o BTN é de 30 a 40 minutos, e nos domingos e feriados o castigo aumenta para uma hora. Quem desejar ir para outros bairros é melhor procurar um meio de transporte mais eficaz e mais caro para não se estressar.
Em 2017, a Administração Municipal deu um grande passo para colocar um ponto final no problema que há quatro décadas penalizava os usuários do transporte público. O Processo Licitatório para prestação do serviço teve como vencedora a Atlântico Transportes e Turismo, conhecida empresa da cidade de Lauro Freitas. No mesmo ano, a empresa iniciou suas atividades com mais de 30 ônibus novos, mas, em 2019, os veículos começaram a desaparecer sem explicação. À medida que os ônibus iam sumindo como num passe de mágica, surgiam outros, visivelmente deteriorados.
A situação piorou com a chegada da pandemia de covid 19 e até hoje não voltou totalmente ao normal. E tudo isso acontece sem que o Governo Municipal tome nenhuma providência. Até os usuários mais otimistas já perderam a esperança de verem o final feliz dessa novela mexicana.
Fonte/Autor: (por Washington Luís)