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Política

Paulo Afonso - Bahia - 26/04/2023

Rodoviária de Paulo Afonso é a vergonha da cidade e Salvador ganha novo terminal de R$ 120 milhões

Divulgação

Na Bahia, uma interminável lista de disparidades parece excluir do seu território, as cidades mais distantes da capital.

Como exemplo, Paulo Afonso (486 km de Salvador), diga-se de passagem, um dos maiores colégios eleitorais do estado, foi condenado a sofrer eternamente com feridas crônicas. A cidade-sede da Diocese de Nossa Senhora de Fátima e que tem São Francisco de Assis como padroeiro, nunca conseguiu pagar seus pecados para receber as graças almejadas.

Não é exagero dizer que o terminal rodoviário da cidade é o mais feio do estado. Pequeno e desconfortável, a "casinha de pombos", como alguns chamam, é alvo de piadas para quem desembarca ou simplesmente passa por lá. E para enriquecer ainda mais o repertório dos "gaiatos", foi construído numa das regiões de maior movimento.

Em 2013, o então governador Jaques Wagner destinou R$ 1.018.000,00 para a reforma e ampliação do terminal. Mas até hoje ninguém explicou onde foi aplicada a verba. Para quem entende o mínimo de orçamento de obras, o que foi feito não custaria nem 50% do total investido.

Enquanto isso, na capital baiana, o novo terminal rodoviário que deve ficar pronto até o final do ano, teve um orçamento de R$ 120 milhões. Vale frisar que a obra está sendo realizada por um consórcio, que administrará o terminal por um período de 30 anos.

Como a fé remove montanhas, os pauloafonsinos devotos de São Francisco e de Nossa Senhora de Fátima não perderam a esperança de ganhar seu terminal rodoviário. Por aqui sobram donos de fortunas, que poderiam propor ao Governo do Estado a construção de um terminal rodoviário condizente com o status da cidade. A construtora teria direito de administrar o terminal por um período acordado entre as partes, na forma de contrato de comodato.

O estado da Bahia é o 4° lugar do Brasil em número de municípios, sendo composto por 417. À sua frente estão: Minas Gerais (853), São Paulo (645) e Rio Grande do Sul (496). Mas, na terra do descobrimento do Brasil, acontecem (ou não) coisas que nem Freud explica.

Fonte/Autor: Por Washington Luís

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