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Política

Paulo Afonso - Bahia - 15/12/2020

Paulo Afonso: Especial Eleições 2020: 30 dias depois..

Foto: Divulgação

Hoje, 15 de dezembro de 2020, fazem trinta dias do fatídico erro histórico e o momento que marcará o desentendimento entre o poder econômico e a democracia.

Paulo Afonso tem 84.751 eleitores inscritos. O prefeito eleito teve apenas 23.015 votos, o que significa uma minoria que disse sim ao continuísmo. 35.017 cidadãos disseram não diretamente. Só a soma das abstenções, votos nulos e brancos (26.719), ultrapassa o de eleitores que escolheram o futuro prefeito.

A cidade foi testemunha dessa triste história. Ela disse NÃO ao prefeito reeleito, mas a força da máquina, as supostas compras de votos (Denuncias tramitam na justiça), com cestas básicas disfarçadas em programas assistenciais, distribuição de material de construção camuflado em programas de moradia, as ameaças e pressões nos funcionários e contratados da prefeitura, foram atos escandalosos e aconteceram à luz do dia e nas barbas da justiça.

O que dizer agora? Um prefeito supostamente eleito por quem não tem nenhum interesse pela cidade, pois receberam algo em troca de seu apoio e não podem cobrar mais nada, enquanto uma maioria consciente e que foi às urnas democraticamente, pessoas que avaliaram planos de governo, propostas, discursos e queriam algo melhor, ficaram a ver navios. Foi triste ver a cidade de Paulo Afonso um dia após a eleição, parecia um velório. O velório da democracia.

Pergunto: Passa pela cabeça dos eleitos, que se não fossem esses votos “adquiridos de modo nada ortodoxo”, não estariam comemorando e sim arrumando as malas? Foram apenas 805 votos de diferença conseguidos a “duras penas”.

CAÇA A IMPRENSA

O dia 10 de maio de 1933 marcou o auge da perseguição dos nazistas aos intelectuais, foram queimadas em praça pública, em várias cidades da Alemanha, as obras de escritores inconvenientes ao regime. Hitler e seus comparsas pretendiam uma "limpeza" da literatura.

Um pequeno exemplo foi visto em nossa cidade pouco antes das eleições, quando comparsas do prefeito fizeram uma caçada aos jornais que falavam o que está acontecendo agora, e outras notas que com certeza vão acontecer daqui a alguns dias. O medo da verdade e a lei da mordaça está implantado em nossa cidade. Jornalistas agredidos, jornais sendo queimados, rádios sendo processadas – Será o fim da voz do povo?

Observação importante: Os agressores ainda continuam sem punição da justiça e pela prefeitura.

DESCASO CONTINUA

Os casos da COVID que foram escondidos ou tratados com descaso durante a campanha, agora vêm à tona e acerta em cheio o governo municipal que não respeitou as regras, fazendo reuniões e campanhas com muitas aglomerações e sem prevenção, atingindo de cara seus secretários e servidores. A população que já vinha sofrendo continua à míngua e vai pagar um alto preço pelos erros cometidos pelos gestores.

Prefeitura falida e empresas sem receber

Muitas empresas continuam sem receber, o ano se encerrando e as contas muito provavelmente não vão fechar. Isso foi alertado, mas tratado com desdém. Enquanto isso vários fornecedores que tiraram de seus bolsos para bancar obras e serviços para o governo, sofrerão para poder receber pelo justo e contratado.

As obras essenciais continuam paradas, e novas praças estão surgindo. Políticos denunciados por corrupção e condenados pela justiça, aliados com lobistas problemáticos agora se reúnem para discutir suas partilhas.

O atual e prefeito reeleito está com COVID, enquanto seus próximos, dizem que o mesmo não deverá assumir o mandato por motivos de preservação de sua saúde, dando como verdade mais uma notícia que prenunciamos.

Outra novela: Concursados que poderão ser trocados por cabos eleitorais, ou cabos eleitorais que poderão ser trocados por concursados.

O FUTURO

A democracia está ameaçada, isso é fato! De que adianta planos de governos, discursos convincentes, propostas de transformações, se o que vale é ter uma máquina rica e poderosa nas mãos? União das oposições? Talvez.

Os políticos derrotados se movimentam junto à justiça eleitoral para rever os fatos acontecidos (aqui relatados e que a cidade inteira testemunhou). Fica a vergonha alheia. Um prefeito que foi eleito por uma minoria forçada e sem compromisso com a cidade, uma maioria que disse NÃO ao continuísmo e desaprovou com veemência seu governo pracista.

Concluo meu pensamento com a letra de uma canção que sempre é lembrada nos finais de ano, e que talvez esse não possamos comemorar em família, graças aos erros desse governo.

“Marcas do que se foi | Sonhos que vamos ter | Como todo dia nasce | Novo em cada amanhecer”. (Os incríveis)

 

Fonte/Autor: Texto: Luiz Brito DRT/BA 3.913

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