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Opinião

Paulo Afonso - Bahia - 27/08/2017

A necessária relação entre felicidade e democracia!

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Hoje quero convidar os leitores e leitoras a refletir sobre dois pontos que, a primeiro modo, parecem ser destoantes, mas são, necessariamente, complementares: felicidade e democracia.

A felicidade é definida, desde os filósofos e gregos, passando pelo cristianismo, como o objeto fim da humanidade, pois, nenhum ser humano vive senão em busca da felicidade, e por esta, contorna seu desenvolvimento, formação, relações e estrutura de vida. Nesta concordância, de que a felicidade é objetivo geral de todos, cada corrente defende o que é ser feliz: felicidade é amar? Felicidade é bem-estar? Felicidade é realizar? A sociedade vive em constante busca em definir a felicidade, para facilitar seu entendimento, busca e conquista.

Todavia, com o passar dos séculos, a felicidade se contornou de individualidade e as pessoas, famílias e grupos sociais passaram a buscar a felicidade de maneira isolada, separada, como um produto a ser “adquirido”. Criaram-se castas, clãs e cada um foi pensar conforme sua cultura e ensinamentos. Desta forma, a humanidade direcionou a felicidade à conquista de suas vontades imediatas, conforme sua crença e verdade, e isso foi determinante para o separatismo humanitário, utilizando-se como ferramentas principais a religião e o discurso político... daí passamos para nosso segundo pensamento, a Democracia.

O pensamento democrático, já provisionado por Sócrates, questionado por Platão, aplicado por Max Weber, ilustrado por Jean Jacques Rousseau, se tornou um instrumento de mobilização, pois, a democracia foi desenhada como um instrumento para o alcance da felicidade de um povo. Isso se torna um problema quando temos vários pensamentos, vários povos, e todos, lutam pela dita democracia ao seu modelo, ao seu quinhão.

Ainda assim, a busca da democracia conseguiu separar povos que tinham predições idênticas, pois, dentro de um mesmo povo, uma mesma nação, o entendimento de democracia foi distorcido, deturpado, e com isso, os grupos sociais começam, também, a divergir entre a “sua” democracia.

Pois bem, não existe felicidade individual, por mais difícil que seja aceitar. Você pode conquistar tudo aquilo que deseja, a paz interior que deseja, e logo após, na esquina, ser vítima de um roubo, de um assassinato, ou ter alguém que ama muito acometido por uma doença... e isso abalará sua felicidade e sua paz de espírito. Não podemos esperar felicidade sem buscar compreender que todos ao nosso redor precisam, também, conquistar um “quê” de felicidade.

Não adianta você, ou “os seus”, conquistarem a paz espiritual, bens materiais, sucesso na carreira profissional, se outros que fazem parte do seu dia, da sua cidade, do seu país, na mesma medida, não conquistarem seus espaços. É uma verdadeira ILUSÃO pensar na felicidade como um instrumento seu, e que é independente do meio.

A verdadeira felicidade é conquistada e vivenciada quando podemos compartilhar da sensação de conquista com, pelo menos, 70% daqueles que nos cercam, pois, lógico, todo valor absoluto é intangível, é impensável, e absolutamente burro. Não existe o 100% quando falamos de pessoas, sociedade e felicidade, o que existe, é o entendimento que uma atmosfera positiva está ao nosso redor.

Seu carro zero, sua nova casa, a tão sonhada vaga, o novo filho em sua família, serão felicidades conquistadas quando puderem contar com um espaço fértil para sua vivência, sem que nenhum outro ser social, no auge se sua infelicidade, venha ceifar sua felicidade e dos seus próximos.

Todos precisamos, conjuntamente, vivenciar  a melhoria, a conquista... a sensação da felicidade... que não existe com desemprego acelerado, violência, mortes, injustiças, e quando assistimos a 2% da sociedade brasileira, cheios de “felicidade”, desajustarem a vida de 98% da população (e isso não são dados meus, ou de amadores...são dados de uma equipe que TRABALHA 24h com estatística, com pesquisa, com Doutores e Mestres nesta área, que tiveram suas pesquisas consideradas como “notícias falsas” ou “pseudo pesquisas”.)

Daí, compreendemos bem que a conquista da democracia é o entendimento de que nesta esfera é possível criar formas de gestão e governabilidade que sejam adequadas para a realidade de um povo, que atendam aos interesses de 70% da esfera, e não aos 2% que atualmente, legislam ao seu bel prazer e motivos.

Quando não existe democracia, não existe felicidade, pois o clima “organizacional” do país não propicia pessoas, comunidades, famílias, nesta esfera, que possam projetar um espaço de crescimento positivo, sim, pois, 50% do sentimento de felicidade está pautado em nossas projeções, naquilo que podemos afirmar ser uma tendência ou métrica para o mercado, afinal, ninguém compra, ninguém arrisca, ninguém projeta planos ousados, quando o cenário é de descrédito, de infelicidade, não importa se falamos do namoro de dois adolescentes ou da governabilidade de um país, de um estado... em todas as situações estamos falando de DEMOCRACIA e FELICIDADE.

 

Se estas reflexões forem feitas, interna e externamente, teremos uma sociedade revolucionária, transformadora e confiante.

Fonte/Autor: Adm. Me. Jacques Fernandes Santos Mestre em Gestão e Sustentabilidade Professor e mobilizador socia

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