A cidade de Paulo Afonso é um dos poucos cantos da Bahia onde o ziriguidum não encontra espaço, não implica dizer que o pauloafonsino destoa do resto dos brasileiros loucos pela folia, de tal sorte que extrapola os dias oficiais.
Significa que o poder público sepultou o carnaval em detrimento de uma festa sem qualquer identidade cultural com a cidade. Um acontecimento que se tornou particular e que pode existir em qualquer tempo ou espaço: Copa de Velas. A rigor, a dita cuja se quer tem uma competição que justifique o nome.
No entanto, resiste aqui e acolá uma batucada estridente que nos diz “estamos no Brasil e é carnaval”, ouve-se nas ruas os ritmos que marcaram a festa de ontem, hoje e sempre. De repente, não mais que de repente, vem o sanatório geral de homens travestidos de mulheres, numa batucada sem razão de ser. As crianças riem sem máscara, nem purpurina. Os adultos lembram que um dia foi assim.
A festa acabou. Não há banda na rua, mas ainda cabe ao povo recuperar a alegria, ser menos triste, ainda que por três dias.
Fonte/Autor: Por Ivone Lima