Nas últimas eleições algumas Câmaras Municipais da região norte, com Paulo Afonso no meio, tiveram uma renovação significativa dos seus representantes. A renovação e alternância do poder é saudável para política, isso é um fato, uma das características da democracia é notavelmente não observarmos (com algumas exceções), políticos se perpetuando no poder. Apesar de ser bom, alguns vereadores especialmente os de primeira viagem, parecem mais perdidos do que cego em tiroteio. Um exemplo prático disso é a forma com que alguns, ainda sem saber muito bem o que fazer, pegam carona no trabalho da imprensa e passam a ser replicadores de notícias, só que em forma de requerimento.
Nada contra, afinal, um dos papéis da imprensa é realmente servir como elo de aproximação da população e o poder público. Mas é preciso tomar certo cuidado com esse relacionamento, especialmente quando ela passa a servir de esteio promocional dos vereadores que querem ser vistos como “salvadores da pátria”.
Recentemente tenho visto casos semelhantes, quando após alguns problemas serem divulgados na mídia e as soluções já apontadas pelo poder executivo que sempre é questionado a respeito do que pode ser feito, os “bonitões” mais do que de pressa correm para o local, chamam um ou outro morador para servir de “garoto propaganda”, fazem uma selfie para fazer “graça” na internet e dizem: “Deixa comigo, vamos cobrar para resolver esse problema”.
Mas ora, se a imprensa já mostrou e o setor responsável disse que vai resolver, o único motivo que vejo para o nobre edil passar a requerer algo já anunciado, é almejar “colher” os louros de algo que nem na mais otimista possibilidade, foi feito por uma intervenção da sua parte.
É o conhecido “oferecer sombra com chapéu alheio”. Funciona assim, depois que o jornal mostrou e a prefeitura solucionar o problema, é só chegar, mostrar o requerimento e dizer que foi ele quem resolveu.
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