A história, mais uma vez, se repete em Paulo Afonso: a aproximação do final do ano e das festas natalinas faz com que o número de pessoas pedindo esmolas nas ruas da cidade tenha um aumento significativo. É nesta época do ano que a cidade começa a ser invadida por pedintes das cidades vizinhas, principalmente jovens que são atraídos pelo maior fluxo de dinheiro e pela facilidade de conseguir esmola nas ruas de maior fluxo de transeuntes. A maior circulação de dinheiro e a generosidade das pessoas atraem pedintes não apenas dos bairros do município, mas também de outras cidades da região. Para muita gente o assédio de pessoas nas ruas pedindo algum dinheiro ou até comida chega a incomodar e causar algum transtorno, como explica a manicure Mirian da Silva. Moradora do Centro, ela diz que basta começarem as propagandas natalinas e a circulação de consumidores nas lojas que os pedintes já começam a aparecer no comércio para pedir dinheiro. - Com eu ando muito pela (avenida) Getulio Vargas, já percebi que está aumentando o número de pedintes naquele local. Acho constrangedor e me incomoda, por isso não dou esmolas. Conheço algumas pessoas que pedem e não precisam, não acho correto - desabafa.
Segundo o gerente de uma padaria, a presença de pedintes nesta época do ano incomoda a clientela, que sem saber reagir acaba dando a esmola. - Eles ficam abordando os clientes na saída, chegando até a intimidar as pessoas. Eles aparecem o dia todo, mas na parte da manhã é mais freqüente. Desses, cerca de 40% utilizam a esmola para comprar drogas, e geralmente já são menores assistidos por programas de assistência social da prefeitura. Muitos deles vêm de cidades vizinhas, aumentando em cerca de 60% o numero de pedintes. Muitos trazem as famílias, mas a maioria costuma vir sozinho - conclui. O aumento de moradores de rua e pedintes nos meses que antecedem o Natal é reflexo da fama da cidade, e também devido à grande circulação de dinheiro neste período do ano. Isso exige da Prefeitura de Paulo Afonso por intermédio do Conselho Tutelar a intensificar neste período as abordagens noturnas por semana ou rondas durante o dia pelos locais onde eles se concentram.
Enviar para um amigo
Versão para impressão
