Economia

Paulo Afonso - 31/07/2010

A merenda escolar como indutor de renda

Por: Anttonio Almeida Júnior

A aprovação por lei da obrigatoriedade dos governos inserirem no mínimo 30 % dos alimentos produzidos por meio de agricultores familiares na merenda escolar é uma idéia tão interessante que, se bem articulada, será o suficiente para viabilizar a maioria das pequenas propriedades rurais, os diversos assentamentos sem terra, os lotes instalados nos perímetros irrigados, além de ser a forma inteligente de viabilizar um cardápio regionalizado.
A política pública do Programa Nacional da Alimentação Escolar - PNAE é também a maneira de fortalecer a economia dos pequenos municípios que tem na agricultura familiar a sua base de sustentação, uma vez que os recursos públicos ficam dentro da própria cidade.
É também uma forma de gerar empregos e distribuir renda, afinal de contas, não é o latifúndio que abastece a mesa das famílias brasileiras, mas sim, os proprietários de pequenos lotes de terra, que em geral trabalham com a própria família. É a força da Agricultura Familiar que garante, por exemplo, a produção de 82 % da mandioca, 59 % dos suínos, 58 % do feijão, 55 % do leite, 47 % das aves, 43,1 % do milho e 41% do arroz.
As palavras de ordem são "informar e integrar" a cadeia produtiva da agricultura familiar através da compra de seus produtos. Para isso, necessário se fazer a criação de uma rede de comercialização de compra dos produtos da agricultura familiar, pois sabemos que o grande gargalo dos produtores rurais está na comercialização.
Claro que da concepção dessa idéia até a sua execução há um vasto caminho a ser percorrido. Neste esforço cabe a participação de diversos setores e será necessário desprender muita energia para conseguir envolver prefeituras, associações, cooperativas, assentamentos, distribuidores, assistência técnica e extensão rural, vigilância sanitária, entre outros setores da cadeia produtiva.
A logística dessa empreitada não é fácil de ser operacionalizada, principalmente porque as grandes compras terão que ser feitas por meio de associações e cooperativas. O fato de a maioria dos produtos serem perecíveis e vendidos in natura também pode gerar alguns percalços. Mas não é nada que não possa ser feito. Basta que se comece.


Desenvolvimento com Justiça Social.


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