Num efeito dominó, o rombo dos orçamentos púbicos chegou ao elo mais fraco: as prefeituras. Com caixa mais apertado e pouca capacidade de arrecadação, os prefeitos têm lançado mão de várias medidas para fechar as contas: a lista do ajuste municipal inclui desde a demissão de funcionários até a redução de salários, ao horário de expediente dos órgãos públicos. O malabarismo, porém, não deve ser suficiente: mais de 60% das prefeituras vão terminar o ano no vermelho, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
Nas prefeituras, o nó está na alta dependência das verbas da União. Com arrecadação mais fraca desde o ano passado, os prefeitos têm sido afetados pela queda nos repasses públicos. Hoje apenas 10% dos 5.570 municípios do País têm arrecadação própria suficiente para bancar suas despesas.
Em Santa Brígida, no norte da Bahia, diante do cenário de crise financeira que assola o país e reflete diretamente nos municípios, o prefeito Carlos Cleriston Santana Gomes (Gordo de Raimundo) tomou uma série de medidas necessárias para que a saúde financeira da gestão seja garantida. Por decreto Nº 258/2017, ele determinou do último dia 2 de outubro, o a redução de 10% no seu próprio salário e dos secretários, procurador, controlador e subprocurador Municipal e também de todos os ocupantes de cargos comissionados. De acordo com Gordo de Raimundo a medida visa, preservar os servidores evitando demissões e manter a economia aquecida no período natalino. A Assessoria não informou se a prefeitura vai garantir o pagamento do da segunda parcela do décimo terceiro.